O que esperar do futuro da segurança digital em 2025?
Humanos e tecnologia

O que esperar do futuro da segurança digital em 2025?

O que você encontrará neste artigo:

Novas ameaças cibernéticas para 2025
Desafios regulatórios e proteção de dados
Segurança digital no Brasil e perspectivas

Em 2024, o cenário da cibersegurança global evoluiu rapidamente, com novas tecnologias emergindo como protagonistas de ameaças e soluções. A ascensão da inteligência artificial (IA), a expansão de redes IoT e 5G, e a crescente descentralização de dados revelaram tanto oportunidades quanto desafios para governos, empresas e indivíduos. O Brasil acompanhou essa transformação global, enfrentando um aumento em ataques sofisticados, mas também promovendo inovações locais para lidar com as novas dinâmicas digitais.

Um exemplo disso é a AI Defense. Produzida pela Cisco, especializada em segurança e redes, o sistema oferece um framework capaz de conter ameaças e malwares cada vez mais sofisticados. Por sua vez, a colaboração entre a consultora RedBelt Security e a plataforma SaaS BeePhish oferece tanto Serviços Gerenciados de Segurança (MSS), quanto campanhas realistas de simulação de phishing (ataque cibernético que visa obter informações pessoais).

A seguir, exploramos as principais lições de 2024, discutindo suas implicações no Brasil e no mundo. Com base neste panorama, analisamos como as tendências atuais moldarão o futuro da segurança cibernética em 2025, trazendo uma visão aprofundada sobre as novas ameaças, estratégias e tecnologias que definirão o próximo ano.

O ano de 2024 consolidou a cibersegurança como uma prioridade global estratégica. Com o avanço da tecnologia, os atores maliciosos se tornaram mais sofisticados, utilizando IA para criar malwares dinâmicos e campanhas de phishing hiper-realistas. Pela primeira vez, assistimos ao uso massivo da IA generativa para manipular dados privados e comprometer sistemas por meio de ataques altamente personalizados.

Na esfera global, redes de energia, cadeias de suprimento e infraestruturas críticas foram alvos preferenciais. A integração entre sistemas legados e modernos provou ser um ponto fraco, gerando incidentes de grande escala, como o ataque que paralisou parte das operações de uma grande usina elétrica na Europa.

No Brasil, a realidade foi similar, mas com particularidades locais. A expansão do comércio eletrônico e o aumento da digitalização em setores como saúde e transporte, colocaram o país no radar de grupos cibercriminosos. Ao mesmo tempo, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), criada em 2021 e baseada na General Data Protection Regulation europeia, começou a ser mais aplicada, impondo sanções significativas a empresas que negligenciaram a segurança de dados pessoais.

2025: um olhar para o futuro

A análise dos acontecimentos de 2024 e a evolução contínua da tecnologia nos permitem projetar o que está por vir em 2025. As mudanças no ambiente digital, combinadas com o crescimento das capacidades de IA, IoT e conectividade 5G, trarão novas oportunidades para inovação, mas também uma série de ameaças complexas.

A inteligência artificial continuará a desempenhar um papel central na cibersegurança no próximo ano, tanto como uma ferramenta para defesa quanto como um recurso para ataques. Modelos generativos e sistemas de IA autônoma prometem transformar processos corporativos e fluxos de trabalho, tornando-se verdadeiros “aprendizes” de desenvolvedores, capazes de automatizar correções de bugs, otimizar códigos e prever gargalos operacionais antes que eles afetem a produção.

No entanto, o mesmo potencial pode ser explorado por agentes maliciosos. Em 2025, espera-se que os cibercriminosos aprimorem suas estratégias, manipulando dados privados utilizados por modelos de linguagem (em inglês, Learning Language Models, isto é, sistema que podem entender e desenvolver textos em linguagem humana). Isso incluirá o uso de informações falsas ou contaminadas para confundir sistemas de IA e induzir decisões prejudiciais. A necessidade de proteger fontes de dados e garantir a integridade das informações se tornará uma prioridade para as equipes de segurança.

Enquanto os objetivos finais dos ataques cibernéticos – como extorsão e fraude – permanecem os mesmos, os métodos para alcançá-los estão se tornando mais complicados e diversificados. Em 2025, os vetores de ataque irão evoluir em várias frentes:

Ataques Multimídia (MMS): com a popularização de mensagens multimídia (MMS), criminosos explorarão imagens e vídeos para criar fraudes mais convincentes. Links maliciosos embutidos em mensagens visuais permitirão ataques mais eficazes contra usuários móveis, ampliando a superfície de ataque.

Scams em redes sociais e apps de mensagens: após anos focando em grandes organizações, criminosos voltarão suas atenções para consumidores individuais, usando redes sociais e aplicativos de mensagens criptografadas como terrenos de teste para novas fraudes. Golpes sofisticados de recrutamento e engenharia social explorarão plataformas menos regulamentadas para evitar detecção.

Espionagem e geopolítica: operações de espionagem cibernética continuarão a ser uma ferramenta estratégica em conflitos geopolíticos, com estados-nação utilizando ataques cibernéticos para coletar inteligência, espalhar desinformação e desestabilizar adversários regionais.

Com a descentralização dos dados e a crescente adoção de ambientes multicloud (no quais uma empresa utiliza diversos provedores de nuvem), as organizações enfrentarão desafios significativos na gestão de identidades digitais e na proteção de informações sensíveis. Em 2025, regulações globais mais rígidas exigirão que empresas adotem ferramentas avançadas para garantir a segurança de dados em um ecossistema cada vez mais disperso.

No Brasil, a expansão do uso de IoT e dispositivos conectados intensificará a necessidade de regulamentações específicas para proteger dados pessoais e corporativos. Provedores locais de nuvem poderão ganhar destaque ao oferecer soluções que atendam tanto às demandas regulatórias quanto às necessidades de segurança.

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À medida que a inteligência artificial se integra a processos de negócios, sua utilização será amplamente questionada. Empresas precisarão equilibrar os benefícios de produtividade com os riscos associados à exposição de dados confidenciais a ferramentas de IA. Em 2025, os Chief Information Security Officers (CISOs), executivos especializados em segurança da informação, terão um papel central em avaliar riscos e recompensas, assegurando que ferramentas de IA sejam desenvolvidas e implementadas de maneira segura. Isso pode ser oficializado com uma postura Open Innovation Founder Friendly, isto é, mais aberta a colaboração com startups especilizadas em cibersegurança.

Enquanto 2024 consolidou a cibersegurança como uma questão estratégica essencial, 2025 será marcado por um aprofundamento dessas tendências. O avanço tecnológico continuará a desafiar os limites entre inovação e risco, exigindo respostas rápidas e criativas.

No Brasil, a segurança digital será um dos pilares para sustentar o crescimento econômico e a transformação digital. O país precisará não apenas investir em capacitação profissional, mas também liderar esforços regionais para desenvolver uma cultura de proteção cibernética integrada e resiliente.

O futuro da cibersegurança não será definido apenas por avanços tecnológicos, mas também pela capacidade de governos, empresas e indivíduos de colaborarem em um ecossistema digital mais seguro. Afinal, em um mundo cada vez mais interconectado, a segurança de um depende da resiliência de todos.

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