O conceito de Inteligência Artificial é frequentemente debatido, mas tende a ser um pouco mais difícil de definir. Essencialmente, faz referência a computadores ou máquinas que executam tarefas que exigiriam a inteligência humana. Entre elas podemos citar, por exemplo, aprender lições complexas, tomar decisões, reconhecer vozes e personalizar a jornada do cliente.
Desde a otimização da eficiência operacional até a personalização das experiências dos clientes, a IA tem se destacado como uma força disruptiva e promissora na indústria mundial do turismo.
Conforme relatório da IndustryArc, a previsão é que o mercado da IA no setor das viagens ultrapasse 1,2 bilhão de dólares até 2026. Com base nesse crescimento substancial, é evidente que a IA está desempenhando um papel cada vez mais relevante e influente na indústria do turismo, impulsionando avanços tecnológicos e promovendo mudanças significativas na forma como os viajantes interagem com o mundo.
Ao explorar as diversas aplicações da IA e as tendências emergentes dessa tecnologia, este artigo oferece insights sobre o cenário em constante evolução das viagens inteligentes e destaca as oportunidades e desafios que acompanham essa revolução tecnológica no setor.
A Inteligência Artificial como vantagem competitiva no setor do turismo
Por consequência da constante evolução da tecnologia ao longo do tempo, a Inteligência Artificial tornou-se uma vantagem competitiva para os empreendimentos que entenderam a sua importância e grau de otimização no atendimento personalizado dos viajantes.
Segundo pesquisa realizada pela Oracle, 83% dos viajantes brasileiros querem que os hotéis ofereçam tecnologias que minimizem o contato com a equipe e outros hóspedes. Além disso, 95% dos entrevistados estão interessados em hotéis que usam seus dados e IA para oferecer ofertas mais relevantes, tornando a personalização cada vez mais essencial no universo das viagens.
Com a necessidade constante de serviço ao cliente no setor das viagens, há um questionamento pertinente no universo do turismo: será que a IA conseguirá solucionar as necessidades de milhões de viajantes ao redor do mundo?
Embora ainda não haja uma resposta definitiva para tal questionamento, pesquisas recentes têm oferecido insights valiosos sobre a colaboração e o papel proeminente dessa tecnologia emergente. Por meio da oferta de produtos e serviços interativos, a IA pretende aprimorar a participação dos clientes e elevar a qualidade na entrega dos serviços.
Ao possibilitar interações inteligentes e personalizadas, a IA demonstra o potencial de transformar a experiência do cliente no universo do turismo. Suas capacidades de aprendizado e adaptação contínua permitem o aprimoramento constante dos serviços oferecidos, ajustando-se às preferências e necessidades individuais de cada viajante.
Um dos exemplos mais concretos dessa transformação é a automação do atendimento ao cliente por meio dos chatbots e assistentes virtuais, os quais, de acordo com a pesquisa da Oracle, 92% dos entrevistados afirmam ter interesse em usar para solicitar atendimento nas próximas viagens. Ainda, 63% desses viajantes afirmam que o item prioritário para futuras estadias em hotéis são os controles ativados por voz para todas as comodidades dos quartos, possibilitando que o hóspede regule a temperatura, luz e som antes mesmo de chegar ao quarto.
Além da implantação de assistência virtual mencionada acima, é possível destacar que os operadores de turismo estão utilizando a IA para oferecer recomendações personalizadas com base nas preferências e históricos de viagens dos usuários por meio de análises obtidas por ferramentas de big data, possibilitando que sejam entregues experiências de viagens mais satisfatórias e memoráveis aos clientes.
Essas tecnologias não simplificam apenas a experiência do cliente, mas também otimizam o tempo dos profissionais do setor, permitindo que eles se concentrem em interações mais estratégicas, garantindo, com isso, um aumento geral na produtividade do trabalho.
Em meio a este cenário de implantação de novas tecnologias de assistência virtual, foi criado o ChatGPT pela OpenAI, definido pelos principais especialistas da área como um chatbot avançado que fornece resultados através de algoritmos gerados por sistema de IA.
Os impactos do surgimento do ChatGPT na experiência do cliente
O nome “ChatGPT” combina “Chat”, referindo-se à sua funcionalidade de chatbot, e “GPT”, que significa Generative Pre-trained Transformer (Transformador Pré-treinado Generativo), um tipo de modelo de linguagem avançado que pode compreender ou resumir uma vasta quantidade de dados e informações para produzir conteúdos originais em forma de texto.
Levando em consideração a descrição aprofundada feita no parágrafo anterior, é possível constatar que a principal diferença entre os tradicionais chatbots e o ChatGPT, é que o ChatGPT é capaz de interpretar e produzir textos em linguagem natural, enquanto os chatbots são mais limitados, sendo programados somente para responder perguntas específicas.
No geral, o chat com IA GPT-4 pode ser uma ferramenta poderosa para aperfeiçoar a experiência dos viajantes ao redor do mundo. A tendência é que o Chat-GPT4 ajude a realizar tarefas mais complexas, gere insights sobre o comportamento do cliente e responda as diversas demandas dos clientes de uma forma conversacional, garantindo soluções mais originais e customizadas.
O ChatGPT-4, como um software de inteligência artificial avançada, oferece diversas oportunidades na indústria do turismo em todo o mundo. Entretanto, como qualquer outra tecnologia emergente, o ChatGPT-4 desperta pensamentos e visões antagônicas a respeito de seu uso nas diversas indústrias ao redor do mundo.
Ainda em fase de desenvolvimento, os críticos alegam que as informações fornecidas pelo software podem estar desatualizadas, visto que, atualmente, a velocidade de mudança e atualização das informações é consideravelmente alta, o que pode ocasionar problemas inesperados em determinadas situações de uma viagem, como por exemplo em horários de voos das companhias aéreas e previsões meteorológicas de um destino.
Além disso, existe a enorme dificuldade em compreender emoções e adaptar-se a situações específicas corriqueiras dos roteiros dos viajantes, uma vez que o ChatGPT-4 não seria capaz de identificar automaticamente uma data especial para um viajante, e planejar prontamente uma celebração ou evento memorável, confirmando o interesse de boa parte desse público por interações humanas reais.
O avanço da Inteligência Artificial, representado pelo ChatGPT-4, na indústria do turismo não se limita apenas à experiência do cliente, mas também tem implicações relevantes no que se refere à segurança e aos processos de pagamento. Embora as vantagens sejam claras, como a capacidade de fornecer informações e soluções customizadas, é fundamental abordar as preocupações relacionadas à segurança e pagamentos dentro desse contexto.
Segurança Impulsionada pela Inteligência Artificial: Transformando a Indústria das Viagens na Nova Era
Ao longo dos últimos anos, as transformações tecnológicas causaram impactos significantes e uma enorme ruptura no modo como as pessoas organizam, planejam e aproveitam as viagens. Esse cenário evolutivo deu origem à nova era das viagens, onde a interseção entre segurança, pagamentos e Inteligência Artificial desempenha um papel indispensável na transformação da indústria do turismo em escala global.
A aplicação estratégica da Inteligência Artificial surge como a espinha dorsal dessa transformação. Ao garantir a segurança das transações financeiras, a IA emprega algoritmos complexos para identificar padrões e comportamentos suspeitos, o que assegura uma experiência de compra segura e descomplicada para os viajantes. Além disso, essa tecnologia orienta a detecção em tempo real de riscos emergentes, permitindo que a indústria do turismo antecipe e mitigue ameaças, fortalecendo a confiança dos viajantes.
À medida que a IA e os métodos de pagamentos digitais se expandem, aumenta a preocupação constante com a segurança dos dados e a privacidade dos viajantes. A coleta e o compartilhamento de informações pessoais podem gerar vulnerabilidades, exigindo um equilíbrio delicado entre personalização e proteção. Além disso, a dependência crescente de sistemas automatizados requer cuidados contra-ataques cibernéticos, a fim de garantir transações financeiras seguras e a integridade das operações turísticas.
Nesse contexto dinâmico, se torna evidente que a Inteligência Artificial remodela profundamente a maneira como as viagens são realizadas e experimentadas. Embora desafios referentes à segurança e privacidade persistam, o potencial da IA para fornecer uma experiência de viagem altamente personalizada e protegida prenuncia uma era emocionante onde os viajantes podem explorar o mundo com maior praticidade e segurança.
Essa evolução é encontrada em diversas etapas da viagem, desde o início, com o reconhecimento facial no check-in aeroportuário e chaves digitais nos principais meios de hospedagem, até o final, oferecendo a comodidade dos pagamentos sem contato, onde a transação não requer contato físico entre dispositivo e terminal de pagamento.
O Turismo do Futuro
No horizonte do turismo futuro, a integração da Realidade Virtual com a Inteligência Artificial democratizará o setor, com a RV permitindo a exploração e conhecimento prévio dos destinos de maneira inédita e a IA aprimorando a personalização e segurança das viagens, beneficiando o ecossistema do turismo como um todo.
Por outro lado, a adoção da IA na indústria do turismo também apresenta desafios e considerações éticas. A automação de processos pode levar à substituição de empregos tradicionais no setor, exigindo uma adaptação da força de trabalho. Além disso, a privacidade dos dados dos viajantes deve ser cuidadosamente considerada, garantindo que as informações pessoais sejam protegidas contra violações.
Por fim, a Inteligência Artificial está remodelando fundamentalmente a indústria do turismo, gerando impactos positivos que vão desde a personalização da experiência do cliente até a otimização de operações e aprimoramento da segurança. A capacidade da IA de processar dados em larga escala e aprender com padrões está abrindo portas para uma nova era de viagens mais personalizadas, eficientes e seguras.
No entanto, é crucial encontrar um equilíbrio entre a automação e a interação humana, evitando que haja uma dependência tecnológica danosa e garantindo que a combinação dos benefícios da IA com a empatia e a criatividade humana continuem atuando de maneira complementar e ajudem a enriquecer a experiência dos viajantes.
Eduardo Peluzo
