Innovators Under 35 premia os jovens mais inovadores do Brasil
Inovação

Innovators Under 35 premia os jovens mais inovadores do Brasil

Na edição 2025 da premiação, os destaques são a crescente participação feminina na disputa pela chancela e a maior diversidade no ecossistema brasileiro de inovação.

Os 18 vencedores da edição do Innovators Under 35 Brasil 2025 foram apresentados no palco da MIT Technology Review Brasil, durante o Rio Innovation Week, nesta quinta-feira, 14. O evento premiou os jovens com projetos e soluções mais inovadoras do mercado.

O destaque deste ano foi a crescente presença feminina entre os mais de 1500 candidatos que disputaram a premiação, refletindo um ecossistema de inovação mais diverso, com destaque para áreas como saúde e Inteligência Artificial. A edição deste ano também evidenciou a alta participação de projetos de ESG em andamento no Brasil.

O CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil, Andre Miceli, enfatizou que o país, embora enfrente desafios, já vive um cenário promissor para a inovação, com iniciativas em prol do fortalecimento dos ecossistemas de empreendedorismo. Miceli também mencionou a complexidade no processo de aprovação de projetos.

“Apenas as ideias bem estabelecidas e as que já possuem validações sólidas são as que estão conseguindo sobreviver no mercado”, destacou Miceli.

Ao anunciar os premiados na categoria Tecnologia, o editor-executivo Rafael Coimbra incentivou os inovadores a tirarem suas ideias do papel e a buscarem independência em suas soluções, ressaltando a importância de transformar conceitos em realidade.

Ana Raquel Calhau Pereira, da NexAtlas, exemplificou isso ao criar, aos 20 anos, uma solução focada no espaço aéreo brasileiro. Ela destacou que a experiência pessoal foi fundamental para o desenvolvimento da ideia: “meu primo é piloto e, juntos, entendemos que grande parte dos acidentes era por falta de estrutura. Ele trouxe todo o conhecimento de aviação, e eu sobre tecnologia de negócios de marketing.”

Eduardo de Albuquerque Pires, da Incognia, reforçou que precisamos abandonar o chamado complexo de vira-lata. “Aqui, no Brasil, tem gente de tecnologia tão boa quanto lá fora”. Lucas Guimarães e Souza, criador do AeroRiver, complementou dizendo que premiações como o Innovator Under 35 são importantes para “referendar a nossa seriedade,” pois ajudam a validar o alto nível da inovação no país.

Inovações em saúde: impactos sociais e desafios

O editor-executivo Carlos Aros debateu com os premiados da categoria Saúde sobre a falta de dados para pesquisas na área. Ana Carolina Steinkopf da Silva, do Mapa Autismo Brasil, apontou que os impactos sociais que vão além do diagnóstico do autismo: “São escolas que não querem matricular, jovens e adultos que vão trabalhar em lugares que não são adaptados. Vamos esperar mais 10 anos?”.

Gabriel Henrique Albuquerque Lins, do SaúdeAntar-IA afirmou que é preciso “conhecer bem as regras do sistema para otimizá-lo e focar na melhoria de processos e métodos, em vez de depender de ‘heróis’”. Para ele, o que muitas vezes é encarado como mera burocracia, na verdade, diferencia quem tem capacidade de realizar de quem não tem.

Paloma Lima Mendes Medeiros de Souza Fernandes, que também trabalha com o público autista, explicou como tem buscado melhorar o atendimento no SUS. “A gente aplicou práticas por evidências científicas em contexto de SUS porque acreditava que enquanto projeto a gente ia otimizar o acesso do usuário a serviço de saúde e otimizar o investimento.”

Inteligência Artificial e o papel transformador dos dados

Coimbra voltou para conversar com os vencedores da categoria Inteligência Artificial sobre a crescente importância dos dados e da IA. Beatriz Duarte, da Tistto, destacou a necessidade de foco na coleta de dados e mencionou a luta contra as informações falsas, além de enfatizar a importância da concorrência para a inovação. “Se tenho competidores, eles podem resolver dores que eu não consigo resolver.”

Izaias Pertrelly Almeida dos Santos, da Echo, também lamentou a falta de competidores nacionais e destacou o potencial transformador dos dados de saúde. “Se pudéssemos usar os dados de saúde de forma total, teríamos mais controle sobre nossa vida. As pessoas poderiam ter tratado coisas um pouco antes”, avaliou.

“Hoje a barreira de entrada para construir experiências legais está muito menor”, observou Ricardo Rocha, apontando amadurecimento do Brasil nesse quesito.

Os vencedores da categoria Arte falaram com Aros sobre a interseção entre criatividade e empreendedorismo no ambiente digital, com foco nos desafios e oportunidades.

Arthur Guimarães, criador do Modelo de Subscrição Digital da IFI, enfatiza a capacidade analítica e criativa humana, vendo a tecnologia como aliada para gerar layouts e superar barreiras de comunicação em mídias sociais. “Temos uma capacidade criativa de análise muito grande. A tecnologia é um parceiro de projeto.”

Caíque Nucci Cosmo dos Santos, da Complete Magazine, explora a tensão entre o idealismo artístico e a realidade financeira do empreendedorismo. Ele observa que o sucesso muitas vezes depende de programas de inovação e da própria capacidade de construir negócios, contrastando com a pesquisa universitária. “Se a universidade pública tivesse verba suficiente teríamos mais empresas”, ponderou.

O impacto dos negócios e o apoio a empreendedores no Brasil

Durante a conversa com os vencedores da categoria Negócios, o diretor de Produtos e Inovação, Iago Ribeiro, falou da importância de ecossistemas de fomento, como o da New Hack, de Rodrigo Terron, que oferece apoio e investimento a empreendedores, facilitando seu processo. “O objetivo é levá-los a se tornarem os melhores do Brasil, e até globalmente.”

Terron, juntamente com Luiz Renato Muno de Mattos, da ONBOARD, exploram as dificuldades e aprendizados enfrentados ao longo do desenvolvimento de empresas, desde a criação de produtos inovadores até a gestão de equipes e a atração de talentos.

Por fim, Hudson Mendonça, vice-presidente de Energia e Sustentabilidade da MIT Technology Review Brasil, convidou os vencedores da categoria ESG para apontar iniciativas de impacto social e empoderamento no Brasil, com foco em tecnologia e inclusão.

O painel enfatizou a importância da resiliência, do primeiro passo e da colaboração entre academia, empresas e governo para gerar impacto social. “Confiem no poder que tem o primeiro passo”, aconselhou Marília Rocha Lopes da Silva, da iniciativa IT For Girls.

Ana Paula Zapelini de Melo, que desenvolve soluções de baixo custo para crises de alta complexidade, confiou e lembrou emocionada: “meu sonho era transformar ciência em políticas públicas, e, de certa forma, estou fazendo”.

Mas para tudo isso acontecer, observou Rodrigo Eidy Uemura, da Litro de Luz, é preciso valorizar as comunidades.
“O desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida já existem nas comunidades, esperando apenas as ferramentas e o apoio certos para ser liberado”, concluiu.

Conheça os vencedores

Categoria Saúde

Ana Carolina Steinkopf da Silva – Mapa Autismo Brasil (MAB)

Aos 34 anos, a musicoterapeuta, violinista e pesquisadora é criadora do Mapa Autismo Brasil (MAB), uma iniciativa inédita para levantar, analisar e divulgar dados sociodemográficos e clínicos de pessoas autistas no Brasil. O projeto visa responder à pergunta “quem são as pessoas autistas no nosso país?” e fornecer evidências para a criação de políticas públicas mais eficazes e inclusivas.

O MAB iniciou com um estudo piloto em 2023, no Distrito Federal, com mais de 400 participantes. Os dados foram processados por uma equipe multidisciplinar voluntária e disponibilizados ao público por meio de um relatório e um dashboard interativo, gratuitos e acessíveis online. Eles somaram informações importantes sobre aspectos como a média de idade no diagnóstico de autismo, a quantidade de horas e o investimento financeiro em terapias.

A partir de 2025, o MAB entrou em sua fase nacional, com a meta de alcançar todos os estados brasileiros. A pesquisa já coletou mais de 19 mil respostas válidas, com o apoio de mais de 50 pesquisadores, organizações e instituições. O projeto se destaca como a maior pesquisa sobre o perfil sociodemográfico das pessoas autistas no Brasil, contribuindo para uma transformação social e científica que coloca a voz das pessoas autistas no centro das decisões políticas.

Paloma Lima Mendes Medeiros de Souza Fernandes – Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista – CETEA – Eixo Formativo

Especialista em Transtorno do Espectro Autista, a terapeuta ocupacional, de 30 anos, atua em processos e projetos inclusivos no Estado do Pará desde 2020, como a criação de um laboratório de capacitação profissional voltado ao autismo, dentro do SUS (Sistema Único de Saúde), que oferece assistência e formação na área.

Com o objetivo de descentralizar as práticas baseadas em evidências científicas para os demais municípios do Pará, o CETEA oferece Análise do Comportamento Aplicada (ABA), Terapia de Integração Sensorial, Terapia mediada por música, Instruções e Intervenções assistidas por tecnologia (TAII), Suportes Visuais (VS), Exercício e Movimento (EXM), além de outras perspectivas de intervenção nos moldes trazidos pelo Manual de Práticas Baseadas em Evidências para Crianças, Adolescentes e Jovens Adultos com Autismo.

Paloma também liderou iniciativas como ConecTEA Pará e NATEA, que mapeiam serviços intersetoriais para o apoio a pessoas com autismo. Ela tem se destacado na elaboração de projetos de grande relevância, como o Festival Paraense de TEAlentos e o Projeto NorTEA Pará, que visa incluir jovens e adultos com autismo no mercado de trabalho.

Sua trajetória profissional rendeu prêmios e títulos, destaque como servidora pública e reconhecimento aos serviços prestados por diversas instituições.

Gabriel Henrique Albuquerque Lins – SaúdeAntar-IA

Biomédico com mais de 10 anos de experiência em inovação no setor de saúde, criou um sistema adaptado para atender às necessidades psicossociais de pesquisadores e militares na Estação Antártica Brasileira, que uniu biossegurança e conectividade em um ambiente de extrema limitação.

A tecnologia criada foi adaptada para atuar também em contextos de difícil acesso, como aldeias indígenas, zonas rurais e comunidades urbanas periféricas. Sob a coordenação direta de Lins, 32, o app SaúdeAntar-IA utiliza biossensores IoT e uma infraestrutura adaptada, e não só coleta dados sobre o bem-estar emocional, mas também oferece monitoramento de saúde física, como glicemia e troponina cardíaca, contribuindo para intervenções precoces.

O SaúdeAntar-IA integra também formações de agentes comunitários e apoio psicossocial contínuo. Com a meta de criar microecossistemas de saúde pública, o projeto se expande, já alcançando populações vulneráveis em locais como a Amazônia e comunidades africanas.

O impacto do SaúdeAntar-IA foi validado em 2024 na Antártica, com mais de 100 usuários durante a missão PROANTAR. Os resultados já publicados em revistas científicas destacam o sucesso da plataforma e seu potencial para mudar a realidade da saúde em áreas historicamente excluídas.

Categoria ESG

Ana Paula Zapelini de Melo – Soluções de baixo custo para crises de alta complexidade

Aos 33 anos, a especialista em Ciência dos Alimentos criou uma solução acessível e inovadora para o monitoramento de contaminantes petrogênicos em pescados, especialmente em resposta a desastres ambientais, como derramamentos de petróleo.

Seu trabalho se destacou pela adaptação criativa de uma cafeteira comum, transformando-a em um equipamento de laboratório capaz de realizar extrações precisas de contaminantes. O aparelho foi modificado para simular o princípio da extração por líquido pressurizado, técnica que utiliza pressão para forçar um solvente a passar através de uma amostra sólida, extraindo os compostos de interesse de forma eficaz.

O procedimento serviu de base para o desenvolvimento de uma versão ainda mais eficiente, baseada na técnica avançada de extração dispersiva guiada energizada. Reconhecida por sua eficácia, essa solução é atualmente adotada como protocolo oficial nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do MAPA.

Ambas as metodologias culminaram no primeiro programa oficial de monitoramento de contaminantes petrogênicos em pescado no Brasil, fundamental para garantir a segurança do pescado e a proteção da saúde pública. Sua trajetória mostra como a ciência, quando aliada à criatividade, é capaz de transformar desafios complexos em soluções práticas e de grande impacto social.

Marília Rocha Lopes da Silva – IT For Girls

Coordenadora de Aprendizagem e Desenvolvimento na NTT DATA, Marília, de 31 anos, promove a inclusão digital e o empoderamento feminino na tecnologia. O IT For Girls recebeu reconhecimento ao conquistar o Women in Tech® Global Awards 2024.

Em suas quatro edições, a iniciativa recebeu mais de 13 mil inscrições e concedeu mais de 1,9 mil bolsas de estudo para mulheres em início de carreira ou em transição profissional para a área de tecnologia. As participantes têm acesso a sessões ao vivo com especialistas da NTT DATA e empresas parceiras, abordando temas como segurança da informação, computação em nuvem, desenvolvimento de software e liderança.

Atualmente, 20 ex-participantes atuam como estagiárias ou analistas juniores na NTT DATA Brasil, evidenciando o impacto direto do programa na empregabilidade e inclusão produtiva.

Ela lidera ainda iniciativas que conectam stakeholders globais, criando parcerias com empresas de tecnologia, universidades, ONGs e organismos internacionais, ampliando o alcance do IT For Girls e impactando positivamente as oportunidades de carreira para mulheres em toda a América Latina.

Rodrigo Eidy Uemura – Litro de Luz Brasil

Com uma sólida trajetória em gestão e marketing, e especialização em gestão de pessoas, Uemura, 33, preside uma organização socioambiental que promove soluções sustentáveis de iluminação solar para comunidades sem acesso à energia elétrica.

O modelo de tecnologia acessível da Litro de Luz Brasil capacita as comunidades a montar e manter suas próprias soluções, utilizando materiais simples como PVC, garrafa PET, LEDs, baterias e circuitos. Isso garante a continuidade do impacto gerado, com as próprias comunidades tornando-se responsáveis pela manutenção das instalações.

Além das soluções de iluminação, a organização realiza oficinas corporativas, onde os colaboradores de empresas parceiras montam as soluções e geram impacto em novas comunidades. Também oferece oficinas educacionais em escolas, promovendo a conscientização sobre sustentabilidade e energia renovável, e cursos de instalação solar, capacitando membros da comunidade a ingressar no mercado de energia renovável.

Com sistemas solares instalados em 150 comunidades, a Litro de Luz contribui para a redução de emissões de carbono, substituindo combustíveis fósseis por energia solar limpa. A iniciativa foi reconhecida com o Prêmio Voluntário Transformador, em 2021, e a sua inclusão entre as 100 Melhores ONGs do Brasil, em 2022.

Categoria Tecnologia

Ana Raquel Calhau Pereira – NexAtlas

CEO e cofundadora da NexAtlas, a empreendedora de 30 anos desenvolveu uma plataforma digital que transforma o planejamento de voo na aviação geral. Com uma interface intuitiva, a solução permite traçar rotas, consultar informações meteorológicas, visualizar cartas aeronáuticas, calcular combustível e tempo estimado de voo, além de navegar por GPS offline, essencial em regiões com conectividade limitada.

A NexAtlas impacta milhares de pilotos assinantes no Brasil, incluindo membros de aeroclubes, pilotos privados e forças públicas como policiamento aéreo, esquadrões de resgate e a Esquadrilha da Fumaça (EDA), que utiliza a plataforma em deslocamentos com suas aeronaves Super Tucano.

A solução reduz o estresse na cabine, apoia decisões mais seguras e otimiza rotas, resultando em economia de combustível e redução de emissões de carbono. Ainda promove inclusão tecnológica, que leva inovação a um setor tradicionalmente analógico e descentralizado.

Reconhecida como o “Waze da aviação”, a empresa passou por importantes programas de aceleração, como o Samsung Creative Startups e o Start-Up Chile. Além de registrar um crescimento de 75% no número de assinantes em 2023, Ana Raquel foi uma das 18 vencedoras globais do prestigiado BRICS Women’s Startup Contest 2025. O prêmio não apenas valida a liderança feminina no setor de tecnologia, mas também reforça o impacto da inovação brasileira no cenário global da aviação geral.

Eduardo de Albuquerque Pires – Incognia

Graduado em Ciência da Computação, Pires, 31, é Head Global de Indústria na Incognia, startup nordestina referência em cibersegurança.

Durante a pandemia de Covid-19, forneceu índices gratuitos de isolamento social a estados brasileiros. Esses dados ajudaram a monitorar e analisar a adesão às medidas de distanciamento social.

Mirando expandir seus dispositivos, Pires tem viajado o mundo mostrando como empresas podem se defender de ameaças emergentes, como deepfakes gerados por Inteligência Artificial.

A empresa foi selecionada como uma das top 50 fintechs mais promissoras pelo Fintech Innovation 50 e uma das startups de mais rápido crescimento pela Fortune’s Cyber 60.

Lucas Guimarães e Souza – AeroRiver

Aos 34 anos, Souza, junto aos empreendedores Felipe Bortolete e Tulio Duarte, fundou a empresa brasileira que hoje desenvolve uma solução inédita para transformar a mobilidade na Amazônia: o Volitan. O veículo se desloca a poucos metros da superfície, aproveitando o fenômeno aerodinâmico do efeito solo, que reduz a resistência do ar e aumenta a eficiência do voo. O objetivo é integrar comunidades isoladas, minimizando o impacto ambiental.

O Volitan, com capacidade para até 10 passageiros ou uma tonelada de carga, pode navegar em rios com grande estabilidade e eficiência a velocidades de até 150 km/h. Além disso, ele é capaz de atuar durante o ano todo, mesmo nas épocas de seca, quando outras formas de transporte falham. Essa capacidade garante acesso contínuo a serviços essenciais, como saúde e educação.

Do ponto de vista ambiental, o Volitan se destaca por ser uma alternativa de baixo carbono, consumindo menos combustível e emitindo até 40% menos CO₂ do que aeronaves convencionais. Ao evitar a construção de estradas, que ameaçam a integridade da floresta, a AeroRiver contribui para a preservação do ecossistema amazônico e para o combate às mudanças climáticas.

Com o protótipo funcional já desenvolvido e apoio financeiro de programas como o FINEP Aviação Sustentável, a empresa está avançando na construção do Volitan em escala real, com previsão de iniciar as operações comerciais em 2026.

Categoria Arte

Antonia Moreira – Direitos, Renda e Vida

A publicitária de 29 anos idealizou o projeto Direitos, Renda e Vida com o objetivo de capacitar e oferecer suporte econômico e emocional a pessoas transgênero em situação de vulnerabilidade, por meio da moda sustentável.

Com uma abordagem pedagógica inclusiva e multidisciplinar, o projeto, realizado presencialmente em São Paulo e Campinas, tem duração de dez meses e oferece oficinas de corte e costura, identidade e construção de marca, moda circular, entre outras atividades. Além disso, conta com suporte psicológico, bolsas de auxílio e alimentação, promovendo a autonomia econômica dos participantes. A previsão é impactar 400 pessoas até dezembro de 2025.

Além da formação presencial, o projeto inclui sete encontros online abordando temas como direitos e autonomia, justiça social, ambiental e cultural, filantropia, sustentabilidade e comunicação contra-hegemônica.

Com o potencial de ser replicado em outras políticas públicas voltadas à inclusão e dignidade das comunidades LGBTQIAPN+, Direitos, Renda e Vida não apenas contribui para um futuro mais justo e inclusivo, mas também se posiciona como um modelo de inovação social.

Arthur Guimarães – Modelo de Subscrição Digital IFI

Aos 33 anos, o arquiteto e urbanista lidera a transformação digital da IFI (International Federation of Interior Architects/Designers) por meio de um modelo de subscrição global impulsionado por Inteligência Artificial, com o objetivo de adaptar a federação à era digital e expandir seu alcance direto à comunidade global de arquitetos e designers.

O projeto democratiza o acesso a uma vasta biblioteca de conteúdo especializado, incluindo educação de ponta e ferramentas práticas de design. Ele também oferece sessões de mentoria e fóruns interativos, fomentando conexões e o compartilhamento de conhecimento em escala global, especialmente para profissionais em mercados emergentes.

Como presidente eleito mais jovem nos 64 anos de história da IFI, Guimarães assegura, com a iniciativa, a sustentabilidade financeira da organização. O modelo estabelece um novo padrão para federações globais, tornando a profissão mais inclusiva e conectada.

A plataforma não só beneficia diretamente os assinantes, como fornece dados cruciais sobre tendências emergentes para a IFI através da IA, permitindo um atendimento mais eficaz e proativo à comunidade global de design.

Caíque Nucci Cosmo dos Santos – Complete Magazine

Aos 27 anos, o designer conduz uma plataforma phygital, que integra realidade aumentada (AR), 3D e inovação editorial no setor de moda, design e comunicação.

A Complete Magazine visa transformar a experiência de consumo, oferecendo soluções que conectam marcas e consumidores através de uma abordagem imersiva e sensorial. Ela desenvolve experiências tanto para o mercado B2B, com ferramentas que permitem às marcas criar e gerenciar suas próprias experiências em AR, quanto para o B2C, com recursos como provadores virtuais e showrooms interativos.

A plataforma criada por Nucci, que foi um dos brasileiros selecionados para programas internacionais como o Global Innovation through Science and Technology (GIST), se destaca por aumentar o engajamento do público e prolongar o tempo de interação com as marcas, ao mesmo tempo em que reduz as barreiras de compra no ambiente digital.

Apesar da experiência em marcas globais, o impacto principal da Complete Magazine está na economia regenerativa. Isso visa circularidade e valor compartilhado, propondo um mercado mais colaborativo e transparente, com impacto social e ambiental.

Categoria Inteligência Artificial

Beatriz Duarte – Tistto

Aos 29 anos, a empreendedora desenvolveu uma plataforma digital voltada para a prevenção de desinformação. Utilizando Inteligência Artificial, a Tistto detecta padrões de fake news e outros conteúdos manipulados que afetam marcas e consumidores no ambiente digital.

Com o objetivo de operar em tempo real, a Tistto permite que empresas de setores variados, como cosméticos, saúde e tecnologia, gerenciem e protejam sua reputação online, alcançando um índice de 93% de sucesso em remoções de conteúdos indevidos em até 24 horas. Além disso, a plataforma oferece respostas e orientações estratégicas para minimizar impactos financeiros e jurídicos.

Em apenas dois anos de operação, a Tistto informa que já protegeu mais de 80 empresas, identificou milhares de relatos falsos e evitou perdas reputacionais significativas para marcas de todos os portes.

Atualmente, a startup negocia com multinacionais da indústria farmacêutica e alimentícia e expande sua atuação para novos mercados, como o setor educacional e político, que são alvos recorrentes de desinformação.

Izaias Pertrelly Almeida dos Santos – Echo

Especialista em Inteligência Artificial, fundou o Echo em 2024 para se dedicar ao desenvolvimento de soluções de IA aplicáveis à saúde, à indústria e aos serviços, com foco em aprendizado profundo e agentes autônomos. Ele funciona como um hub colaborativo, reunindo cientistas de dados, engenheiros de software, pesquisadores acadêmicos e especialistas de áreas específicas para investigar temas como visão computacional e processamento de linguagem natural em larga escala.

A iniciativa segue um processo claro de cinco etapas para a construção de soluções: Imersão e Coleta de Requisitos, Pesquisa e Seleção de Tecnologias, Prototipação Rápida, Escalonamento e Integração, e Monitoramento e Evolução Contínua.

Pertrelly, 32, fundou também empresas como a Blue Saúde, operadora de planos de saúde que utiliza IA para melhorar a experiência do usuário, e NUV, que automatiza processos corporativos. Ele também lidera a Inventu, focada em produtos de IA para diagnóstico clínico.

Ricardo Rocha – Acaso

Aos 27 anos, o engenheiro mecânico desenvolveu o “Change Operating System” (COS), uma plataforma impulsionada por redes neurais. Sua inovação técnica é capaz de dar sentido a dados organizacionais que não fornecem visibilidade em tempo real sobre capacidades, aspirações e potencial da força de trabalho, deixando organizações cegas para decisões cruciais sobre contratação, desenvolvimento e promoção.

A Acaso constrói um mapa vivo do DNA organizacional analisando streams de dados internos (sistemas de RH, avaliações de performance, conversas do Slack, resultados de projetos, atividades de aprendizado), inteligência externa (tendências da indústria, perfis do LinkedIn, demandas de skills do mercado) e padrões comportamentais (como pessoas realmente trabalham, colaboram e crescem).

Este mapeamento transforma a iniciativa em um “cérebro estratégico” que oferece recomendações por meio de seu framework proprietário: Build, Borrow, Bind, Buy, Boost.

Categoria Negócios

Luiz Renato Muno de Mattos – ONBOARD

Com mais de dez anos de experiência em bilhetagem digital, pagamentos e mobilidade urbana, o administrador, de 33 anos, lidera uma plataforma digital baseada em nuvem que reestrutura o modelo de bilhetagem e pagamentos, melhorando a experiência tanto para gestores quanto para usuários.

A tecnologia da ONBOARD inclui um sistema inovador de bilhetagem digital, que integra diversas formas de pagamento, como QR Code, NFC, Pix e até biometria. Além disso, a plataforma oferece dados em tempo real, permitindo que gestores do transporte público planejem com maior precisão e aumentem a governança dos contratos.

Já em operação em várias cidades brasileiras, a solução tem demonstrado um impacto significativo, com milhares de transações mensais e um número crescente de usuários.

Além de melhorar a sustentabilidade financeira do sistema de transporte público, a ONBOARD contribui para a inclusão social e financeira, permitindo que 1 em cada 4 usuários, que não possui conta bancária, utilize a plataforma para realizar pagamentos. A solução tem atraído a atenção de prefeituras e operadores, destacando-se pela sua capacidade de implementação rápida e sem a necessidade de infraestrutura local.

Gabriel Granjeiro – GRAN

Aos 32 anos, Granjeiro é o fundador e CEO de uma das maiores e mais inovadoras EdTechs da América Latina, com mais de 785 mil alunos pagantes ativos. O empreendedor é reconhecido por importantes publicações como a Fast Company Most Innovative Companies em 2022 e 2023. Atua também como reitor da Gran Faculdade, que oferece cursos de graduação e pós-graduação.

Um dos grandes desafios do Gran era fornecer explicações detalhadas para um banco de 2,6 milhões de perguntas, das quais 1,8 milhão carecia de comentários dos professores. A criação manual dessas explicações era inviável devido ao tempo e ao custo. Para superar esse obstáculo, Granjeiro liderou o desenvolvimento em tempo recorde de uma solução baseada em Inteligência Artificial Generativa, chamada Maia.

Ela foi projetada para produzir explicações detalhadas para as questões, acelerando significativamente o processo de criação de conteúdo. A ferramenta funciona explicando ao aluno por que as alternativas estão erradas e por que a correta está certa. Sua arquitetura proprietária inclui RAG, data lake próprio e utiliza os LLMs GPT-4 e PaLM 2.

A implementação dessa ferramenta gerou explicações para mais de 1 milhão de perguntas. Atualmente, o Gran contabiliza mais de 458 mil questões com comentários detalhados disponíveis.

Rodrigo Terron – NewHack

De operador de telemarketing a fundador da Shawee (startup do ano pela Abstartups) e da Rocketseat (vendida à Digital House), aos 33 anos, comanda uma iniciativa que reúne educação, comunidade e investimento em um único ecossistema voltado para startups em estágio inicial.

Em menos de um ano, a NewHack impactou mais de mil empreendedores, oferecendo conteúdo técnico, mentorias e acesso direto a investidores.

A criação da Entrypoint Ventures, fundo de R$ 40 milhões cofundado por Terron, complementa a NewHack com um modelo de venture capital adaptado ao mercado brasileiro. O fundo prioriza retornos sustentáveis com participações em empresas avaliadas entre 2 e 3 milhões de dólares, com foco em saídas por M&A. Com estrutura leve, taxa de administração baixa (1,5%) e participação dos próprios fundadores no resultado do fundo, a Entrypoint busca corrigir distorções do modelo americano replicado no Brasil.

Com formação no Programa de Liderança e Inovação do MIT, Terron estrutura um sistema com incentivos alinhados para LPs, empreendedores e investidores. Ao investir antes do venture capital tradicional e apostar na formação técnica e estratégica dos fundadores, NewHack e Entrypoint abrem espaço para múltiplos retornos sustentáveis sem depender de unicórnios. É uma abordagem realista e pragmática, moldada por quem já percorreu todas as etapas da jornada empreendedora.

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