Líder precisa ser exemplo de aprendizado e mudança cultural no uso de IA
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Líder precisa ser exemplo de aprendizado e mudança cultural no uso de IA

Para Ricardo Cappra, fundador do Cappra Institute, e Rui Botelho, presidente da SAP Brasil, os líderes precisam ser exemplos nas empresas para um uso bem-sucedido de Inteligência Artificial. Eles mencionaram a necessidade de aprendizado, bem como uma adaptação cultural dos negócios que precisa ser incorporada por quem está no topo.

Ricardo Cappra e Rui Botelho participaram do painel “Liderança em Tempos de Reinvenção Digital” do EmTech, evento do MIT Technology Review que acontece pela primeira vez em São Paulo. A conversa foi mediada por Rafael Coimbra, editor-executivo da MIT Technology Review Brasil.

“O líder tem que ser o exemplo. Se você não está utilizando uma ferramenta de tecnologia, não adianta cobrar das áreas”, exemplificou Botelho. Ele também apontou a relevância de uma nova cultura das empresas: “Tecnologia não é mais um problema. A questão é a cultura.”

Ainda no fator cultural, Cappra falou sobre os quatro pilares fundamentais (comportamento, ambiente, recursos e valores) e defendeu que um líder precisa ser capaz de compreender todas essas vertentes. Para ele, idealmente um líder é “generalista, mas tem o DNA digital”.

Em relação às dificuldades encontradas hoje, o fundador do Cappra Institute destacou uma insegurança decorrente de mudanças que acontecem de forma cada vez mais rápida. “O líder por ter que ser o porta-voz da mudança está inseguro”, afirmou. “Esse cenário de insegurança com relação à mudança talvez seja o que mais está afugentando o líder nesse processo atual”, completou.

O presidente da SAP concordou, mas foi além: “Mais até do que só a insegurança, eu acho que tem esse lado de que ninguém sabe muito bem ainda o que está fazendo, tem uma experimentação.” Ele argumentou que é papel do líder criar um ambiente de experimentação. “Tem muita coisa para a gente mudar, a gente não pode ter pressa, e é uma jornada de aprendizado contínuo e que não vai parar mais”.

Cappra complementou este aspecto apontando que a escola de formação de liderança sempre foi pensado para gestão de pessoas, nunca para um agente artificial. “Então a gente tem que fazer uma gestão de algo que é relativamente novo”.

Quanto aos desafios futuros, dois pontos tiveram destaque na conversa dos especialistas. Rui Botelho reforçou que a Inteligência Artificial precisa integrar modelos de negócios, algo que ele definiu como “game changer”. “A gente não está lá ainda, mas é lá que a gente tem que chegar” defendeu.

Por fim, Ricardo Cappra apontou que o uso da Inteligência Artificial deve alterar a forma como se mede produtividade, mencionando que métricas como a quantidade de horas de trabalho já estão ultrapassadas. “O que a gente usa hoje não serve mais pro que a gente tem agora.”

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