“Temos IA com esteroides agora”. Foi assim que Nelson Novaes, sócio e CTO do C6 Bank definiu o cenário da Inteligência Artificial atualmente. “Com estes esteroides vem problemas”, completou Michael Siegel, diretor de cibersegurança da MIT Sloan, dando o tom da conversa entre eles.
Os dois participaram do painel “IA confiável: Governança e Impacto”, do EmTech, evento da MIT Technology Review que acontece pela primeira vez em São Paulo.
No começo do painel, Michael Siegel pediu para os presentes levantarem a mão se estão preocupados com cibersegurança. De acordo com a pesquisa informal, a maioria da sala não apenas está preocupada, como também acha que a situação tende a piorar.
Segundo Siegel, o pessimismo visto ali não é inédito. No entanto, quando perguntado, Nelson Novaes se disse um otimista: “Eu acho que os caras bons vão vencer”.
O fundador do C6 Bank definiu AI e cibersegurança como “um jogo de gato e rato”. Na sua visão, porém, implementar o uso de Inteligência Artificial para melhorar os padrões de cibersegurança é algo que pode permitir estar um passo à frente de quem realiza os ataques digitais.
No contexto de regulação de inteligência artificial, Michael Siegel trouxe alguns pontos para reflexão. Um deles é a imprevisibilidade da tecnologia. Segundo ele, IA pode ser a próxima fonte de informação privilegiada.
“IA tem muito a aprender com a cibersegurança”, afirmou Siegel, trazendo outro ponto a se considerar em termos de regulação da Inteligência Artificial. Ele lembrou que já há centenas de leis ao redor do mundo que endereçam questões de segurança online e que podem servir de inspiração ou ser aplicadas também para IA.
Já para Nelson Novaes, é fundamental estabelecer uma governança para Inteligência Artificial antes de mais nada. Ele também defendeu que isso precisa estar associado às estratégias das empresas e com foco nos resultados esperados. “IA está aqui para ajudar, mas ajudar no quê?”, questionou.
MIT Technology Review