A adoção de Inteligência Artificial ainda é uma jornada desafiadora para as empresas, não só pelos aspectos tecnológicos, mas também pela mudança de mentalidade que é exigida dos profissionais que passam a interagir com a IA. Esse tema foi debatido no painel “Colaboração em Escala: Trabalho Híbrido e Agentes de IA” no EmTech Brasil 2025.
Julia de Luca, Superintendente de Business Development do Itaú Unibanco, classificou a necessidade de capacitação dos funcionários para fazer o uso das ferramentas como crucial. “Tem que saber usar a IA no dia a dia. Não para responder coisas básicas, mas para ajudar no desenvolvimento de negócios. É preciso aprender a capacitar os indivíduos a fazerem as perguntas certas”, afirmou.
O tema também foi abordado por Tuta Neto, CEO da Sampi. O executivo falou sobre a diferença entre os profissionais mais jovens e os mais experientes na interação com a IA. Segundo ele, não há um melhor uso dessa tecnologia por pessoas mais jovens —apesar de ser mais intenso. Tuta acredita que a chave para superar o gap geracional e falta de compreensão sobre a IA está na comunicação assertiva e na cultura da empresa.
“Implementar IA, as vezes, exige mudar o posicionamento da pessoa. É preciso sair da zona de conforto”, disse. Tuta Neto também destacou que a forma de ensino brasileira precisa ser atualizada, já que hoje não alcança o nível de digitalização da sociedade. “Hoje temos uma educação baseada em repetição. Se a inteligência vai fazer os trabalhos mais mecânicos, é preciso formar gente que pensa, não pessoas que sejam ferramentas operacionais, apenas”.
Também no painel, Alexandre Messina, Embaixador da Lovable, lembra que a tendência, inclusive, é que a IA tenha cada vez mais expertise. “Por enquanto, os ganhos [de uso da IA] vem em cinco áreas principais: nas primeiras camadas, as que você não tem complexidade muito grande de interação. É exatamente em processos superficiais e sem complexidade que você consegue colocar um Agente de IA para fazer, mas é importante frisar que a tendência de IA é cada vez mais atingir outros níveis de complexidade”, afirmou.
Messina destacou, ainda, que cada vez mais há, no mercado, um número maior de testes de utilização desse tipo de tecnologia e ferramentas online. “Quanto mais experimentos por ano uma empresa faz, mais adaptada está ao mercado”, finalizou.