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Hoje, o cenário global é marcado por intensa digitalização e uma demanda crescente por presença online, e, por isso, o papel dos Content Management Systems (CMS) tornou-se ainda mais crucial. Em meio à pandemia de Covid-19, que acelerou a migração de muitas atividades para o ambiente digital, empresas de todos os setores buscaram maneiras eficazes de gerenciar e distribuir conteúdo online.
Em 2023, a pesquisa sobre o mercado de sistemas de gerenciamento de conteúdo mostrou que o mercado global de CMS foi avaliado em mais de US$1,3 milhões em 2022 e deve chegar a US$2,8 milhões em 2028.
Mas o que é o CMS? Traduzido para o português como Sistema de Gestão de Conteúdo, é uma plataforma de software que permite criar, gerenciar e modificar conteúdos em um site sem a necessidade de conhecimento básico especializado. Normalmente, oferece uma interface prática e acessível para organizar textos, imagens, vídeos e outros elementos, facilitando a publicação e atualização de conteúdo na web.
Allan Fonseca, diretor da Infobase, empresa integradora de TI, comenta que existem diversas plataformas, mas a que muitas companhias usam é o WordPress. “Quando você vai para um cenário Open Source, tem algumas possibilidades; uma muito conhecida e onde temos vários cases é o WordPress. Ele é uma plataforma em LAMP, que é Linux, Apache, MySQL, e a linguagem de programação PHP. É relativamente fácil de implementar, tem bastante disponibilidade de mão de obra no mercado e é muito fácil para administrar e editar o conteúdo.”
Mas além de organizar e editar o material, o CMS possibilita gerenciar conteúdo dinâmico de forma simples, por exemplo, em um blog ou loja virtual. Também é a forma que os administradores têm para organizar e publicar de maneira não manual — do contrário, levaria muito tempo.
Outro aspecto importante é a colaboração entre equipes distribuídas globalmente. Com muitas empresas adotando o trabalho remoto como parte de sua estratégia operacional, os CMS fornecem ferramentas de colaboração que permitem que equipes dispersas geograficamente trabalhem juntas de forma eficiente na criação e edição de conteúdo, garantindo consistência e coesão em todas as plataformas e canais de comunicação.
O sistema também ajuda em diversas outras áreas, como: gestão de múltiplos sites ou plataformas; personalização e segmentação de conteúdo; e análise e otimização de conteúdo.
Tipos de CMS e a análise para escolher o sistema ideal
O Content Management Systems tem duas partes distantes: o front-end e o back-end. O primeiro é a interface com a qual os usuários interagem, responsável pela estrutura e estilo do site — é uma combinação de HTML, CSS e JavaScript. O segundo é a aplicação que gerencia e publica novos conteúdos no site. Começa com o acesso à interface web, na qual os usuários podem adicionar, criar e publicar conteúdo diretamente no front-end do CMS — uma das facilidades do sistema que diminui (quase anulando) a necessidade de lidar com programação. Por fim, o back-end armazena esses conteúdos em um banco de dados e os exibe no front-end.
Esses dois sistemas trabalham em conjunto para formar o CMS. Eles simplificam o processo de publicação de conteúdo, eliminando a necessidade de conhecimento técnico em tecnologias web ou no desenvolvimento de uma aplicação web do zero.
Assim como outros sistemas, o CMS também tem tipos diferentes, como o CMS acoplado, como o WordPress, que oferece um pacote completo para que os usuários instalem e publiquem conteúdo no site; o CMS SaaS, diferente do primeiro, é armazenado na nuvem, sem precisar de instalação; o CMS desacoplado, que oferece mais flexibilidade para interagir com o conteúdo criado no back-end; e o CMS headless, que só possui um sistema back-end que acessa o banco de dados e armazena o conteúdo com uma aplicação front-end integrada personalizada.
Além desses diferentes tipos, existem diversas opções de CMS disponíveis no mercado, mas, para Allan Fonseca, antes de fazer uma escolha é primordial entender quais são as necessidades reais do cliente. “Acho que considerando um cenário que o cliente, por exemplo, tem a necessidade de gerenciar diversos sites, ou seja, ele tem sites que atendem públicos diferentes, acredito que ele vai precisar de um CMS que consiga centralizar de certa forma essa administração. É importante que ele faça a escolha de um CMS que seja multisites.”
Outro ponto levantado pelo diretor da Infobase é que, quando chega a hora de escolher um CMS, é preciso avaliar a disponibilidade de mão de obra de manutenção e implementação da plataforma. “Não adianta escolher a plataforma com mais features, com mais segurança, se você não tem mão de obra disponível para sustentar aquela plataforma.”
Outro ponto importante é avaliar a usabilidade do CMS escolhido, sendo isso essencial para garantir a eficiência no gerenciamento de conteúdo. Além disso, a noção de escalabilidade deve ser considerada — se o negócio tem chances de crescer, é de extrema importância achar um sistema que consiga acompanhar essa tendência.
Os desafios do CMS
E, claro, existem diversos desafios na hora de fazer essa escolha. O primeiro, que já foi citado, é a sobrecarga de opções. Com a grande variedade de CMS disponíveis, pode ser difícil navegar pelo mar de opções e escolher o mais adequado para o projeto. Por isso, é importante, como Allan Fonseca disse, analisar suas demandas e particularidades e evitar deixar-se levar por recursos excessivos que podem nem ser usados.
Embora muitos CMS sejam oferecidos gratuitamente, também é importante considerar os custos indiretos associados, como hospedagem, manutenção e suporte. Além disso, a complexidade de implementação é um ponto a ser analisado. Essa pode ser uma tarefa difícil e demorada, especialmente para projetos grandes ou empresas com infraestrutura tecnológica existente. É preciso ter um plano de migração e recursos adequados para lidar com qualquer desafio que possa surgir.
Outra questão que aparece em muitas situações é a migração de plataforma de uma empresa. Segundo Allan, o primeiro passo “é compreender os motivos que levaram à decisão de migrar. Isso pode incluir a ineficiência da plataforma atual, a falta de compatibilidade com ferramentas de martech desejadas, problemas de desempenho ou questões de segurança”. Depois de mapear esses desafios, é necessário definir um plano de migração que considere essas questões e transfira todo o contexto para uma nova plataforma que possa atendê-las.
Ao escolher uma nova plataforma, é crucial garantir que ela atenda aos critérios previamente identificados como problemas ou necessidades da empresa. “A estratégia de migração pode envolver a criação de um novo site a partir do zero, incluindo uma nova experiência do usuário, uma nova estratégia e arquitetura, ou simplesmente migrar o conteúdo para uma nova plataforma mantendo a estrutura existente, mas alterando apenas o CMS”, explica o diretor da Infobase.
Do ponto de vista técnico, “um desafio significativo é a migração do conteúdo. A empresa pode vir a esperar que todo o conteúdo anterior seja transferido de forma íntegra, sem perda de informações”, comenta Allan. Existem tecnologias e ferramentas, como scraping, que podem auxiliar nesse processo, porém é fundamental preservar a integridade do conteúdo durante a migração para garantir sua efetividade e utilidade na nova plataforma.
Em suma, o mais importante é compreender realmente quais são os critérios e pontos que a plataforma precisa atender. A partir disso, escolher uma que atenda a esses critérios, levando em consideração a disponibilidade de mão de obra e custos associados.
O CMS é uma solução madura que satisfaz completamente as necessidades de empresas de todos os tamanhos, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Qualquer uma pode optar por ele, mas é crucial entender os critérios específicos que a plataforma deve atender para fazer a melhor escolha possível.