Combo tecnológico no combate à Covid-19
Biotech and Health

Combo tecnológico no combate à Covid-19

O desenvolvimento acelerado de imunizantes e medicamentos permitiu a redução de casos graves do coronavírus no mundo, mas a Covid-19 ainda existe. A tecnologia será usada para combater a doença e evitar sequelas ainda investigadas pela ciência.

Epidemiologicamente, a Covid-19 possui ciclos que variam de acordo com a sua taxa de transmissão e o alcance da vacinação em determinada população. Em três anos, o Brasil enfrentou cinco ondas do coronavírus — a mais recente em novembro de 2022, com o surgimento das subvariantes da Ômicron registradas como BQ.1 e XBB. As transformações constantes do vírus exigiram agilidade da indústria farmacêutica de inovação. Como resultado, houve a criação de soluções para contextos variáveis.

O cenário atual difere significativamente daquele registrado em 2020, quando a doença chegou ao país e era desconhecida. De acordo com dados do Ministério da Saúde, depois de mais de 36 milhões de casos confirmados no Brasil e quase 700 mil óbitos registrados até 31 de janeiro deste ano, a média móvel de casos conhecidos é de pouco mais de 10 mil por dia — a mais baixa desde novembro de 2022. Para efeito de comparação, no início de julho do ano passado — pico da 4ª onda no Brasil — a média móvel chegou a 57 mil. Isso não significa, porém, que o vírus tenha deixado de ser uma preocupação (1).

Tecnologias desenvolvidas ao longo desse período compõem o combo tecnológico contra a “Covid do futuro”. Após picos de transmissão do vírus, a doença, quando manifestada de forma grave, ainda representa um risco significativo para uma parcela da população. Além disso, pode trazer consequências que estão sendo investigadas pela ciência.

De acordo com Julio Croda, infectologista da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, graças à vacinação, a situação no Brasil e no mundo está muito mais tranquila se comparada ao passado recente, mas a transmissão do vírus continua. Apesar de os dados indicarem uma redução significativa de casos, eles não são tão fidedignos como antes, alerta o especialista.

“A gente não consegue mais mensurar essa transmissão porque hoje existem testes rápidos. Algumas pessoas fazem testes na farmácia e não notificam, outras têm sintomas leves e não são tratadas. Então, a gente não consegue mais monitorar em termos de infecção. A gente só sabe que existe a transmissão e que houve uma redução importante do risco de óbito no geral”, analisa o infectologista.

Nesse contexto, as vacinas continuarão sendo fundamentais para reduzir o índice de transmissão da doença e para aumentar a proteção contra formas graves de manifestação. Na avaliação de Luana Araújo, infectologista do Hospital Albert Einstein, a Covid-19 vai exigir imunização periódica, assim como a influenza, principalmente para pacientes com maior risco, como idosos, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas.

“Os especialistas ainda discutem se a vacinação ocorrerá uma ou duas vezes ao ano. Por enquanto, fica muito difícil definir esse cenário porque o vírus ainda está evoluindo de forma muito acelerada e a gente está tentando se adaptar e compreender esse caminho”, afirma.

Eventos com muitas pessoas, como shows, festivais de rua e congressos, foram retomados em 2022 e a tendência é que aconteçam com mais frequência a partir deste ano. O risco existe, mas, a partir de agora, deve ser avaliado individualmente. “Não vai mais existir recomendação geral. Cada um sabe onde seu calo aperta, se é vacinado e tem a saúde em ordem ou tem alguma doença crônica e idade avançada”, explica Croda.

“Todas as estratégias que temos para enfrentar a doença precisam caminhar juntas. Desde o uso de máscara, educação sanitária, vacinação e acesso à medicação. Tudo isso é parte de um combo que é indissociável. A ideia é reduzir ainda mais o risco excedente que a vacina não consegue reduzir, principalmente para pessoas com comorbidades”, complementa Luana.

Gustavo Mendes, pesquisador no International Vaccine Institute e ex-chefe da área de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destaca que existem diversas pesquisas científicas que comprovam a eficácia de medicamentos. Agora, a busca deve ser pelo acesso ampliado ao tratamento. “É preciso democratizar o uso desses medicamentos para que eles cheguem geograficamente em todo Brasil e para pessoas de baixa renda”, avalia.

Em parceria com a MIT Technology Review Brasil, a Pfizer divulga conteúdos sobre a Covid-19 voltados a profissionais de saúde na plataforma Pfizer PRO(2).

Referências:
1. Ministério da Saúde (Brasil). Coronavírus [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; [cited 2023 Mar 15]. Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus

2. Laboratórios Pfizer Ltda. Principais destaques [Internet]. Brasil: Laboratórios Pfizer Ltda.; 2022 [cited 2023 Mar 15]. Available from: https://www.pfizerpro.com.br/tratamento-oral-para-covid-19/pandemic-review?cmp=a3237bb5-ba8f-4319-963b-6de8d185de35&ttype=WEB

PP-PAX-BRA-0058


Este artigo foi produzido por Patrícia Basilio, repórter na MIT Technolgy Review Brasil.

Último vídeo

Nossos tópicos