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Quais são os caminhos para a transição energética? Há alguns anos empresas, startups, governos e pesquisadores exploram essa temática, buscando entender como devemos nos preparar para a construção de um futuro energético mais sustentável.
Em junho deste ano, mais um passo foi dado a essa direção, com a primeira edição do Energy Summit Global, conferência realizada entre os dias 17 e 19 de junho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, que já se consolidou como o maior evento do MIT fora dos EUA e o maior evento de Energia e Sustentabilidade do mundo.
A iniciativa reuniu governos, investidores, universidades, startups e grandes empresas em um único local para discutir ações práticas e colaborativas em prol da transição energética.
Na última semana, o Energy Summit consolidou outra ação importante: a divulgação de dois relatórios que abordam os principais temas discutidos na conferência deste ano. Os documentos visam reforçar as ações de comunicação, conexão e conteúdos gerados de forma colaborativa entre as cinco pontas que lideram o processo de transição energética.
Durante a apresentação, no evento Energy Summit Report, para convidados no Instituto 12, no Rio de Janeiro, Rafael Coimbra e Guilherme Lockmann, sócio-líder da Delloite para sustentabilidade e o segmento de Power, Utilities e Renewables, apresentaram o relatório “Energy Summit 2024: caminhos para a transição energética”.
O documento compila os insights da conferência realizada em junho e destaca a importância das tecnologias emergentes, dos financiamentos, das políticas públicas e das inovações globais para o desenvolvimento do futuro do setor energético. A produção é uma parceria da Deloitte e da MIT Technology Review Brasil.
“As questões ligadas ao tema da Sustentabilidade são disruptivas e vêm interrompendo o fluxo do setor elétrico, do setor energético e o nosso dia a dia. O Energy Summit foi capaz de acompanhar isso, de olhar um viés de transição energética, de tecnologia e de como fazer isso de maneira mais rápida e eficiente”, pontou Lockmann.
As 10 megatêndencias para o setor de Energia
Em seguida, Rafael Coimbra, Hudson Mendonça e André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil apresentaram o relatório “10 Energy Megatrends”, que explora quais são as ações estratégicas para a transição energética. O documento, elaborado pela vertical da MIT Technology Review Brasil, Energy Center, é fruto de uma análise sobre o setor global de Energia.
Para construir as previsões, foi utilizada uma metodologia baseada no “Cone de Futuros”, popularizada pelos futuristas Norman Henchey e Joseph Voros.
O relatório trabalha horizontes de curto, médio, longo e longuíssimos prazos, cruzando os cenários com maior chance de ocorrer com base nas tendências atuais, projeções e dados disponíveis (Futuros prováveis) e aqueles que seriam ideais, de acordo com determinados valores, metas ou visões (Futuros previsíveis).
As previsões mapeadas pela MIT Technology Review Brasil incluem as seguintes tendências:
- Captura de carbono: importante maneira para que as empresas de petróleo contribuam para o processo de descarbonização da matriz energética.
- Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT): tecnologias essenciais para a integração de fontes renováveis, garantindo um uso equilibrado e estável da rede elétrica.
- Energia solar distribuída: está impulsionando a transição para um sistema energético mais descentralizado e resiliente.
- Armazenamento de energia: a principal aposta para resolver o problema da intermitência das fontes renováveis, como solar e eólica, garantindo um fornecimento contínuo de energia, mesmo quando essas fontes não estão disponíveis.
- SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e Biomassa: o SAF é uma das poucas soluções viáveis para reduzir as emissões no setor de aviação, uma vez que tecnologias de eletrificação e hidrogênio ainda não são tecnicamente viáveis para voos de longa distância. Já o uso de biomassa como matéria-prima para SAF é especialmente importante por ser uma fonte renovável e amplamente disponível.
- Hidrogênio: pode descarbonizar setores onde a eletrificação direta não é viável. O hidrogênio verde, em particular, tem o potencial de ser uma solução de longo prazo, livre de carbono, aproveitando o crescimento exponencial das energias renováveis.
- Pequenos reatores modulares (SMRs) e energia nuclear: os SMRs podem desempenhar um papel crucial na transição energética global, especialmente no contexto das metas de descarbonização e neutralidade de carbono. A energia nuclear já é uma das fontes mais eficientes de energia limpa e estável, e os SMRs aumentam essa viabilidade ao fornecer uma alternativa mais econômica e segura.
- Materiais avançados: permitem o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis, contribuindo para o armazenamento de energia e tornando as energias renováveis mais competitivas e confiáveis.
- Fusão nuclear: oferece uma solução quase ilimitada para a demanda global de eletricidade com zero emissões de carbono, sem os riscos de resíduos radioativos de longa duração e com uma fonte de combustível abundante (isótopos de hidrogênio como deutério e trítio).
- Computação quântica: tem o potencial de resolver problemas como a modelagem precisa de interações moleculares e a otimização de grandes sistemas de dados.
Incentivo à cultura
O Energy Summit Global também busca promover o incentivo à cultura. O evento de divulgação dos relatórios apresentou, em primeira mão, a exposição “Science and Arts”, com todas as capas das revistas MIT Technology Review Brasil.
A iniciativa da coleção tem como propósito promover o trabalho de artistas que conectam em suas obras os conceitos de artes, ciência e inovação.
As representações visuais das capas são criadas para dar vida ao conteúdo de cada edição. Atualmente, a coleção Science and Arts conta com obras exclusivas que além de elevar o valor artístico das ilustrações, visam preservar o conteúdo como peças únicas de arte digital.
O Energy Summit Reports ainda contou com a apresentação ao vivo de músicos que interpretaram a delicada “Minuet em Sol Maior” de Johann Sebastian Bach. A performance foi usada para criar um ambiente envolvente e sofisticado, reforçando o caráter cultural da ocasião.
As vendas para a segunda edição do Energy Summit Global estão abertas no site do Sympla. O evento será realizado entre os dias 24 e 26 de junho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.