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Adoro o recomeço que vem com um novo ano. E uma coisa que trouxe um impulso extra ao meu janeiro foi a nossa mais recente lista das 10 Tecnologias Revolucionárias.
Caso você ainda não tenha explorado a lista deste ano ou versões anteriores, ela apresenta tecnologias que estão ganhando destaque ou transformando a sociedade. Normalmente, incluímos itens que vão desde pesquisas em estágio inicial até tecnologias já disponíveis.
Ao revisar a lista finalizada esta semana, algo me chamou a atenção: enquanto algumas inovações de outras áreas ainda estão a três ou cinco anos de distância, todas as tecnologias climáticas estão recém-disponíveis comercialmente ou prestes a ser lançadas. Isso é especialmente relevante, pois este ano em particular parece trazer uma nova urgência na luta contra as mudanças climáticas. Estamos enfrentando mudanças políticas globais e entrando na segunda metade da década. É hora de essas tecnologias amadurecerem e serem amplamente implementadas.
Aço verde
O aço é um material crucial para edifícios e veículos, e sua produção representa cerca de 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Novos métodos de fabricação podem ser fundamentais para limpar a indústria pesada e estão prestes a entrar no mercado comercial.
Uma empresa chamada Stegra está próxima de inaugurar a primeira planta comercial de aço verde do mundo, que produzirá o metal usando hidrogênio de fontes renováveis. (Você talvez conheça a empresa pelo nome antigo, H2 Green Steel, incluída em nossa lista de Empresas de Tecnologia Climática para Ficar de Olho em 2023.)
Quando comecei a acompanhar a Stegra há alguns anos, os planos para sua fábrica de aço verde pareciam muito distantes. Agora, a empresa afirma que está no caminho para produzir aço no próximo ano.
O maior desafio nesse setor é o dinheiro. Construir novas usinas de aço é caro — a Stegra já arrecadou quase US$ 7 bilhões. E o produto será mais custoso que o material convencional, de modo que será necessário encontrar clientes dispostos a pagar mais (até agora, eles têm conseguido).
Há outros esforços (para tornar o aço mais sustentável) que enfrentarão desafios semelhantes relacionados ao custo, incluindo outra iniciativa na Suécia chamada Hybrit e startups como a Boston Metal e a Electra, que utilizam processos diferentes. Leia mais sobre aço verde – e os potenciais obstáculos que ele enfrenta enquanto entramos em uma nova fase de comercialização – neste breve texto e neste artigo mais longo sobre a Stegra.
Soluções para arrotos de vacas
Humanos adoram hambúrgueres, bifes, leite e queijo, o que leva à criação de muitos bois e vacas. O problema é que esses animais têm um processo digestivo peculiar que gera muito metano (um gás de efeito estufa potente). Um número crescente de empresas está desenvolvendo soluções para reduzir as emissões de metano.
Um exemplo já disponível comercialmente é o Bovaer, um aditivo alimentar da DSM-Firmenich, que promete reduzir em 30% as emissões de metano em gado leiteiro e ainda mais no gado de corte. Startups estão desenvolvendo produtos próprios que podem ser eficazes.
No entanto, um desafio fundamental que todas essas empresas enfrentam é a aceitação: por parte de agências reguladoras, agricultores e consumidores. Algumas empresas ainda precisam passar por testes longos e frequentemente caros para comprovar que seus produtos são seguros e eficazes. Elas também terão que convencer os agricultores a adotá-los. Além disso, algumas podem enfrentar desinformação, o que leva certos consumidores a protestarem contra esses novos aditivos.
Combustível de aviação mais limpo
Os aviões ainda dependem principalmente de combustíveis fósseis, mas algumas alternativas estão começando a aparecer nas aeronaves.
Novos combustíveis, produzidos principalmente a partir de resíduos como óleo de cozinha usado, podem reduzir as emissões do transporte aéreo. Em 2024, eles representavam cerca de 0,5% do abastecimento de combustível.
O desafio principal é a escala. A demanda global por combustível de aviação foi de cerca de 100 bilhões de galões no ano passado, então novos produtores precisarão aumentar muito o volume para impactar significativamente as emissões.
Para ilustrar a dimensão, considere a nova planta da LanzaJet, inaugurada em 2024. É a primeira instalação em escala comercial capaz de produzir combustível de aviação à base de etanol, com capacidade de cerca de 9 milhões de galões por ano. Portanto, seriam necessárias aproximadamente 10.000 dessas plantas para atender à demanda global — uma perspectiva um tanto intimidadora.
Dos arrotos de vacas ao combustível de aviação e ao aço verde, há uma vasta gama de tecnologias entrando em uma nova fase de implementação e que precisarão enfrentar novos desafios nos próximos anos.