Rio de Janeiro sediará em 2024 o Energy Summit, uma iniciativa do MIT
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Rio de Janeiro sediará em 2024 o Energy Summit, uma iniciativa do MIT

Conferência é o maior evento de inovação e empreendedorismo em energia e sustentabilidade do mundo

Nesta quarta-feira, 30, o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou a escolha da cidade do Rio de Janeiro para ser palco do Energy Summit, principal evento de inovação e empreendedorismo em energia do mundo. O encontro ocorrerá em junho de 2024 e será realizado anualmente. 

O Energy Summit faz parte de uma série de iniciativas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) para trazer desenvolvimento econômico ao Brasil, por meio do investimento e aceleração de novas tecnologias e inovações. As incursões começaram em 2021 com o Programa de Aceleração de Empreendedorismo Regional do MIT (MIT REAP).  

Atualmente, a maior parte da energia que utilizamos é gerada a partir de fontes não renováveis, como combustíveis fósseis (carvão, óleo e gás), uma prática que começou no meado do século XVIII, impulsionada pela Revolução Industrial. O problema é que a utilização desses materiais resulta na emissão de grandes quantidades de efeito estufa na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e, consequentemente, para a mudança climática. Além disso, as fontes não renováveis são finitas e muitas vezes ficam concentradas em regiões geográficas específicas.  

Dentro desse contexto, a transição energética surgiu como um caminho para mitigar esses impactos e garantir a sustentabilidade a longo prazo, por meio da utilização de fontes de energia mais limpas e renováveis. A busca por alternativas mais sustentáveis também estimula a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para a geração, armazenamento e distribuição de energia. 

No entanto, custos, infraestrutura, desafios políticos e regulatórios, entre outros fatores, impõem desafios para que diferentes países, cada um com suas especificidades, possam avançar nessa pauta. No Brasil, 73% da produção do gás natural é realizada no Rio de Janeiro e o estado também trabalha na descarbonização da matriz energética. Uma das metas da atual gestão do governado Cláudio Castro é consolidar o Rio de Janeiro como a capital verde do país, tornando-o uma grande potência nacional e internacional quando o assunto é sustentabilidade e transição energética. O Energy Summit chega para contribuir com essa meta e pretende transformar o Rio de Janeiro em um “Vale do Silício” focado em energia e sustentabilidade. 

“Retomamos a vocação para receber grandes eventos, como congressos, feiras, competições e shows. O anúncio de hoje coloca o Estado do Rio de Janeiro como líder global nas discussões sobre sustentabilidade e inovação. O ecossistema de inovação de energia é um setor estratégico e fundamental para o avanço do Rio, do Brasil e do mundo. Hoje, somos um hub energético e temos vocação para nos tornar um grande polo gerador de energia limpa e diversificada”, afirmou Castro durante a cerimônia de comemoração dos dez anos do MIT REAP, do MIT. 

Primeira edição do Energy Summit será um marco para as relações entre Brasil e EUA 

Para o secretário de Estado de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, sediar um evento dessa magnitude ajuda o Rio de Janeiro a se tornar uma referência nacional em transição energética. “A realização do Energy Summit no estado reforça nosso trabalho e consolida o compromisso do Rio com o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável e com a descarbonização da economia.” 

Serão três dias de evento e a expectativa é que mais de 10 mil pessoas participem da conferência. Estarão presentes autoridades, líderes globais e os principais especialistas do setor energético, como Fiona Murray, co-diretora do MIT’s Innovation Initiative; Scott Stern, professor de Administração da MIT Sloan School of Management; e Travis Hunter, líder do MIT REAP. 

O Energy Summit também contará com o suporte do consulado geral dos EUA, no Rio de Janeiro. Inclusive, o evento coincidirá com os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países, comemorados no próximo ano. 

 “Acompanhamos e apoiamos desde o início as iniciativas do MIT REAP Rio e ficamos muito felizes com este grande passo, que traduz a busca de uma transição energética para promover também o desenvolvimento socioeconômico inclusivo no Rio de Janeiro. O Energy Summit coincidirá com os 200 anos de relações diplomáticas entre nossos dois países, comemorados em 2024, demonstrando muito bem que a nossa amizade é ampla e profunda”, disse a cônsul-geral Jacqueline Ward. 

RJ pode se tornar liderança global em transição energética 

Hudson Mendonça, Champion do MIT REAP Rio e editor-executivo da MIT Technology Review Brasil, destacou que a iniciativa busca envolver comunidades em todo o mundo para fortalecer ecossistemas empreendedores através de uma metodologia própria.  

“Esse evento chega para reforçar e consolidar a posição do Rio de Janeiro e do Brasil como uma das lideranças globais da transição energética. A ideia é que o Energy Summit exerça um papel catalítico para o país nas áreas de energia e sustentabilidade similar ao que o Web Summit fez em Portugal em TI. O programa tem grandes cases em países como Chile e Israel. No Rio de Janeiro, tem o foco de transformar a região em uma referência de ecossistema de inovação em energia e sustentabilidade.” 

Todo o evento será realizado e organizado como uma intervenção estratégica do MIT REAP, iniciativa que envolve comunidades em todo o mundo para fortalecer ecossistemas empreendedores através de uma metodologia própria. O projeto já aprovou mais de 330 milhões em apoios à startups, com mais de 900 empreendedores capacitados e outros 105 acelerados.  

Para receber a primeira edição do Energy Summit, o Brasil concorreu com diversos países. “O Rio de Janeiro é uma das principais cidades do mundo quando se fala em energia. Algumas das maiores empresas do mundo desse setor estão aqui. Nesse sentido, é nossa missão incentivar a adoção de boas práticas em inovação e tecnologia, lideradas pelo mais prestigiado centro acadêmico e de negócios do mundo”, finaliza Mendonça.

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