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O e-commerce se tornou uma parte importante do cenário empresarial nos últimos anos, representando um canal crítico para as empresas chegarem aos clientes e gerarem receita. Entretanto, seu desenvolvimento pode ser um processo complexo e desafiador, marcado por uma série de armadilhas comuns às quais as empresas precisam estar atentas. De maneira geral, muitas organizações negligenciam aspectos importantes do processo de digitalização dos seus negócios, o que pode levar a atrasos significativos e excessos de custos. Este artigo lista alguns aspectos que demandam uma atenção especial das equipes de tecnologia.
No Brasil, o comércio eletrônico tem apresentado um crescimento constante. Segundo pesquisa elaborada em 2020 pela consultoria Ebit/Nielsen, as vendas de comércio eletrônico no país atingiram um recorde de R$87,4 bilhões, marcando um aumento de 41% em relação ao ano anterior. Este ano, apesar do crescimento tímido comparado a marca de 2020, o e-commerce no Brasil cresceu 2% em relação a 2021, indicando um avanço constante da modalidade de vendas.
Essa performance tem sido impulsionada por uma série de fatores. O desenvolvimento da Internet fomentou ainda mais a crescente utilização de dispositivos móveis, ficando mais fácil para os consumidores fazerem compras on-line de qualquer lugar e a qualquer momento. Além disso, a pandemia da COVID-19 acelerou a adoção do comércio eletrônico em um momento em que muitos consumidores aderiram ao hábito de compras on-line para evitar ir a lojas físicas.
Somado a esse cenário, o e-commerce oferece uma série de vantagens para o setor empresarial em relação ao varejo tradicional. Por meio da compra e venda de serviços e produtos online, as empresas conseguem alcançar um público mais amplo do que seria possível apenas em lojas físicas. O comércio eletrônico também permite operações 24 horas por dia, o que significa que é possível gerar receita de forma ininterrupta, independentemente do tamanho da empresa. Além disso, a capacidade de oferecer recomendações personalizadas de produtos e serviços e de rastrear o comportamento do cliente para melhorar a experiência de compra é vista como um fator essencial para o ambiente competitivo de negócios. Apesar disso, muitas empresas desconhecem os principais pontos cegos e ou muitos atalhos possíveis que facilitam o processo de digitalização das vendas.
A fase de lançamento
Para Raul Sakai, Head de TI da Infobase Interativa, referência em soluções de e-commerce no Brasil e parceira estratégica da Adobe, um dos principais fornecedores de tecnologia para esse ambiente na região das Américas, o principal desafio no comércio eletrônico hoje se encontra na fase inicial do processo de digitalização do negócio. “O cliente tem que entender que é um processo pra ele também. No final será o mesmo resultado, mas a partir de uma experiência diferente e adaptada ao meio digital. E que funciona bem”, afirma o especialista.
Para ele, a fase de lançamento é uma etapa crítica que exige atenção. Isso porque é nesse momento que as bases do e-commerce serão construídas, e que a equipe precisará orquestrar da melhor forma possível o processo de transformação digital. Assim, para garantir que esse processo seja bem-sucedido, as empresas devem estar abertas a adaptações. A simples reprodução das estruturas existentes da empresa à nova plataforma não é suficiente; o processo deve ser adaptado ao meio digital.
Sakai explica que quanto mais customizado for o processo de digitalização do negócio, mais problemas irão aparecer e mais problemas o e-commerce irá apresentar no momento do lançamento, que normalmente é sempre apressado. Ele destaca ainda que, em um momento marcado pelo “time to market”, ter clientes esperando ou o ter um contrato de plataforma antiga acabando, apostar em uma transição sem complicações é ter vantagem competitivas. Afinal, o tempo de chegada ao mercado é crucial.
Outro atalho que ele recomenda na fase inicial de desenvolvimento do e-commerce é a utilização de uma abordagem mínima de produto viável, o Minimum Viable Product (MVP), que permite um lançamento racionalizado, rápido e eficiente sem sacrificar a qualidade. Para Sakai, essa vantagem pode ser aproveitada independentemente da plataforma ou software que está sendo utilizado para o desenvolvimento do e-commerce. Com o uso do MVP, o custo e o prazo de lançamento da interface de vendas digitais serão menores, da mesma forma que a resposta do mercado será recebida em um tempo muito menor. “É nesse momento do MVP, de criar o site, de fazer toda a primeira organização e adaptação que as bases do e-commerce são construídas para que ele rode por um longo tempo.”, afirma Sakai, que é especialista em gestão, arquitetura e desenvolvimento de e-commerce.
Cultura organizacional e mentalidade aberta
Tudo isso é importante porque, em um cenário que exige a transformação digital das empresas, a fase de lançamento de um e-commerce também se apresenta como o momento de construção de sólidas bases para o negócio digital. É um momento de adaptação e aprendizado que, quando feito da maneira correta, com enfoque em atalhos e postos-chave de desenvolvimento, garantem ganhos escalares para a empresa e experiências inesquecíveis para os usuários. Mas a fase inicial não é a única que demanda atenção, pois digitalizar um negócio não se trata apenas de usar as ferramentas ou plataformas corretas, mas de fazer as escolhas e preparativos ideais. É preciso uma cultura organizacional favorável, que fomente uma postura aberta com relação à tecnologia. Além disso, é preciso de um esforço de colaboração com a empresa de consultoria escolhida ou com o time de desenvolvedores que irá implementar tais novidades. Afinal, são eles que irão assumir a responsabilidade pelo processo.
Avaliando esse momento de desenvolvimento, Sakai, explica que, na Infobase, o processo de digitalização é conduzido de forma integrada com o cliente. “A empresa atua desde o processo comercial até o “lining in conception”, ou seja, a organização do backlog do projeto. As lacunas e problemas do cliente são destacados, e a equipe apresenta soluções para integrar e digitalizar o processo para uma plataforma específica”, destaca.
O aspecto crítico, segundo ele, é entender como a plataforma de comércio eletrônico funciona e se ajustar a ela. Um dos casos levantados pelo especialista destaca a importância da adaptação aos formatos e termos do comércio online: “Um cliente da agroindústria B2B quis manter a mesma estrutura no processo de digitalização, com impostos e custos de frete incluídos ao preço final. Entretanto, seria um desafio calcular e ajustar os preços em tempo real para cada mudança no endereço do cliente, o que poderia afetar a velocidade e a eficiência da plataforma. A Infobase, portanto, propôs uma solução para calcular o preço para cada carrinho, e não para todo o catálogo, reduzindo assim o estresse da plataforma e melhorando o tempo de resposta.”
O processo de digitalização requer a adaptação do modelo de negócios ao mundo online, e ao mesmo tempo, a construção de uma relação de colaboração e confiança entre o cliente e a empresa implementadora. A experiência pode ser diferente, mas o resultado será sempre o mesmo, melhorando em última instância o desempenho do negócio e a satisfação do cliente.
Por fim, quando se fala em plataformas de e-commerce, é imprescindível lembrar dos atalhos e das estruturas cruciais para o desenvolvimento do comércio digital. A plataforma Adobe Commerce, por exemplo, é uma das ferramentas disponíveis no mercado para o desenvolvimento de comércios eletrônicos. O diferencial dela é exatamente a possibilidade de conexões. Por estar há muitos anos no mercado, a Adobe Commerce, viabilizada pela Magento, possui uma ampla comunidade de clientes dispostos a compartilhar insights e experiências. Dessa forma, há muitos recursos online disponíveis para que os interessados possam estudar, pegar exemplos e ficar pode dentro das melhores soluções.
Apesar dos desafios e dificuldades presentes no desenvolvimento de um e-commerce, muitas empresas tiveram que se transformar digitalmente de uma hora para a outra, principalmente durante a pandemia. Nesse processo, diversos atalhos foram compreendidos e experienciados, tornando um desenvolvimento ágil e sem falha possível de ser realizado. A complexidade e muitas vezes, a falta de familiaridade com os processos, pode levar a desenvolvimentos de e-commerce lentos e que não conseguem acessar diversas vantagens comerciais. Entretanto, aquelas empresas que souberem se preparar e estiverem à frente dos pontos cegos de desenvolvimento, irão construir bases sólidas e conseguirão acessar as múltiplas oportunidades que o comércio eletrônico pode oferecer no mundo conectado e em constante transformação em que vivemos.