Inovação, resiliência e tecnologia: conheça as histórias por trás do Innovators Under 35
Inovação

Inovação, resiliência e tecnologia: conheça as histórias por trás do Innovators Under 35

De blockchain até soluções tecnológicas para o mercado pet, resultado do IU35 reflete diversidade de ideias e oportunidades do Brasil.

Os vencedores do Innovators Under 35 foram destaques no palco da MIT Technology Review, no Rio Innovation Week, nesta quinta-feira, 5. O espaço recebeu os 18 vencedores do prêmio concedido ontem aos brasileiros de até 35 anos com as soluções mais inovadoras do mercado. A diversidade de ideias evidencia a riqueza de janelas para inovação no Brasil, embora o acesso a oportunidades ainda seja um dos maiores desafios enfrentados por esses inovadores. André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil, abriu o evento destacando uma das principais barreiras que o ecossistema de inovação ainda enfrenta no país, que é a captação de recursos.

“A quantidade de recursos no processo criativo e no processo de desenvolvimento da inovação é uma diferença importante na comparação com países como EUA”, destacou. “As empresas brasileiras estão muito mais próximas das empresas globais do que os inovadores brasileiros têm condições de estar, pois não temos políticas públicas bem definidas, as empresas ainda não estão suficientemente conectadas com as universidades e não necessariamente os projetos têm o apoio que eles precisavam para crescer.”

Nesse cenário muitas vezes desfavorável, que inclui ainda questões de diversidade — somente 25% das inscrições para o Innovators Under 35 deste ano foram de mulheres, por exemplo —, um dos objetivos do prêmio é, justamente, oxigenar, dar visibilidade e apresentar potenciais projetos transformadores para o mercado.

“Estamos acostumados a olhar o que vem de fora e tentar adequar à nossa realidade, mas temos aqui no Brasil um universo muito rico de cabeças pensantes, com ideias brilhantes e propostas incríveis que podem ser colocadas em prática. E o que estamos vendo aqui são projetos maduros de profissionais que conseguem entender muito bem a área que atuam, contextualizar o universo onde estão inseridos e oferecer respostas para isso”, destacou Carlos Aros, editor-executivo da MIT Technology Review Brasil.

Mesmo com os desafios, um dos pontos altos da primeira edição do Innovators Under 35 no Brasil foi justamente o nível de maturidade dos projetos apresentados, de acordo com Rafael Coimbra, editor-executivo da MIT Technology Review. O jornalista afirmou estar positivamente surpreendido. “O que observamos é que, por trás das grandes ideias desses Innovators, há um projeto muito bem consolidado. Eles sabem muito bem o que querem, sabem transformar isso num negócio e em algo que gere valor para outras pessoas. Essa consciência é muito importante para que a ideia não fique só no papel, que é o grande desafio. Apesar de jovens, são pessoas com um nível alto de maturidade no entendimento sobre inovação.”

Ao longo do dia, os escolhidos participaram de painéis para discutir questões relacionados às categorias às quais foram classificados no palco da MIT Technology Review Brasil no Rio Innovation Week. Em meio a considerações sobre a realidade do empreendedor brasileiro e a importância da tecnologia nesse processo, eles apresentaram seus respectivos projetos, que vão desde soluções no blockchain até a criação de acessórios para cães cegos.

Conheça os Innovators 2023

Categoria Tecnologia

Gabriel Polverelli, Lumx Studios

Empreendedor, desenvolvedor e entusiasta da web3, Polverelli é o idealizador e CEO da Lumx Studios, cujo propósito é oferecer soluções que simplificam a aderência de grandes empresas ao blockchain.

A missão fundamental da Lumx Studios é simplificar a integração da Web3 nos negócios das empresas por meio de soluções simples, intuitivas e rápidas, graças aos seus Widgets e APIs. O projeto se tornou a empresa pioneira no Brasil em permitir o parcelamento de ativos digitais, além de ser a única empresa VTEX Partner no mundo com um plugin de token-gating. “Foram seis meses até conseguir efetivamente encontrar um player que tivesse capital e também nos desse abertura para testar e validar nosso produto”, contou Polverelli.

O empreendedor contou ainda que os próximos passos da Lumx, hoje com um time de 35 desenvolvedores, são a captação fora do Brasil, expansão na América Latina, além da expansão de clientes no mercado nacional. A empresa também trabalha no desenvolvimento de projetos de identidade descentralizada com a Elo.

Luana Wandecy, Blindog

A engenheira Luana Wandecy é a idealizadora da Blindog, startup responsável pelo desenvolvimento da primeira tecnologia com foco no auxílio a cães cegos. O pequeno hardware, que lembra um osso com dois olhos e pode ser acoplado à coleira do pet, é, na verdade um sensor que vibra sempre que o animal corre risco de esbarrar em um obstáculo. “Quem, assim como meu, tem um animal cego em casa, sabe o drama que é. Muitas vezes eles ficam desorientados e podem acabar se lesionando seriamente. Nosso produto vibra sempre o pet está perto de um obstáculo, de modo que o animal passa a associar a vibração ao obstáculo. Assim, o ele pode transitar com segurança em ambientes conhecidos ou desconhecidos”, explicou Luana.

Agora, a Blindog quer expandir sua atuação B2B e, em breve, iniciará as vendas nos EUA e outros países da América Latina. Outro projeto, é aumentar o leque de produtos tecnológicos voltados para o mercado pet.

Lucas Lima, Projeto João de Barro

Lucas Lima é o criador do Projeto João de Barro e da Infill, empresa fundada em 2018 com o propósito de democratizar a tecnologia na favela e conseguir, de forma efetiva, com baixo custo e tecnologia de ponta, construir casas a partir de impressões 3D. O projeto tem a capacidade produtiva de imprimir uma casa de até 60m² em 48 horas em sua versão final.

No painel com os vencedores da categoria tecnologia, o empreendedor destacou o desafio de aproximar jovens da conversa sobre inovação e fazer com que mais pessoas tenham acesso a oportunidades e tenham suas ideias ouvidas. “No final de tudo, tecnologia não é apenas software e hardware. Tecnologia é escuta. Precisamos escutar as pessoas a quem a tecnologia impacta. Uma série de oportunidades de aceleração e desenvolvimento que existem no Brasil muitas vezes não chegam até estudantes de graduação e de diferentes classes.”

Categoria Saúde

Pedro Santoro, DrCare

Fundador da DrCare, Pedro Santoro, que é médico, buscava uma forma de reduzir o percentual de erros médicos e a melhoria na qualidade de vida desses profissionais quando criou a startup.

Ele explicou que o seu objetivo era desenvolver um modelo de passômetro eficiente, ágil e seguro para oferecer relatórios de eficiência, atualização em tempo real e informações baseadas em dados aos médicos. Dessa forma, facilitaria a transição de turno, reduzindo erros e aprimorando a qualidade do cuidado aos pacientes.

A solução foi desenvolvida em uma plataforma no-code, para que os médicos tenham facilidade em utilizá-la e que todo o processo aconteça de forma fluida. “Nosso objetivo é que os médicos tenham mais tempo para cuidar melhor do paciente, em vez de perder tempo com burocracias. Com a plataforma, ele não precisa estar no hospital para acessar o sistema com as informações do paciente, o que agiliza o processo de atendimento em casos de emergências, por exemplo”, explicou Santoro durante um painel com os vencedores do Innovators Under 35 da categoria “Saúde”.

César Natalio, WeCancer

O empreendedor usou uma experiência pessoal como motivação para criar a WeCancer. Ele acompanhou de perto os desafios da própria mãe na luta pelo tratamento de um câncer de mama no sistema público de saúde.

A startup criada por Natalio em 2016 foi pioneira no Brasil ao oferecer um sistema de monitoramento remoto para pacientes oncológicos. Esse sistema considera os diferentes aspectos relacionados à complexidade desse tipo de tratamento.

Por exemplo, sete em cada 10 mulheres com câncer de mama se sentem inseguras e têm dúvidas sobre sua vida sexual após a doença, mas não sabem como falar sobre a questão com seus médicos. A ideia é, justamente, quebrar essas barreiras e oferecer um tratamento completo, que contempla todas essas nuances. “Temos uma série de serviços que acompanham o paciente para que eles tenham acesso a um tratamento completo e eficiente.”

Ao longo dos anos de atuação, a empresa já impactou mais de 60 mil pacientes e recebeu apoio do Hospital Israelita Albert Einstein, além de investimentos da VOX Capital, um fundo dedicado às causas de impacto social.

Gabriel Marmentini, ACBG Brasil

Criador da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil), Gabriel Marmentini acredita que o Estado é apenas um dos agentes promotores de transformação social. Por isso, decidiu investir no terceiro setor. “A academia, as empresas, os indivíduos e o terceiro setor devem atuar em conjunto com o Estado para ampliar as iniciativas de políticas públicas e promover mudanças que beneficiem todos”, explicou Gabriel.

Ele contou que vivenciou dentro de casa um problema que atinge uma parcela significativa da população brasileira: tipos de câncer que afetam a região da cabeça e do pescoço. Sua própria mãe passou por um processo longo e doloroso de tratamento de um câncer de laringe. E que isso o levou a criar a ACBG Brasil, que atua diretamente no enfrentamento do câncer de cabeça e pescoço, buscando a melhoria na qualidade de vida dos pacientes e nas políticas de saúde no Brasil.

Categoria Inteligência Artificial

Pedro Freire, Blue AI

Pedro Freire criou uma plataforma de IA no-code que torna fácil para qualquer pessoa prever doenças crônicas, quem deve ser hospitalizado e identificar potenciais fraudes com plano de saúde.

“A Blue AI é um sistema que recomenda consultas, após o usuário enviar dados médicos. Depois do envio, ele o sistema entrega previsões para total de despesas com saúde da empresa, quais funcionários devem ser hospitalizados em quanto tempo, quem tem riscos de diabetes e até auditorias de possíveis fraudes”, explica.

Pedro se formou em Administração, com especialização em finanças, economia e venture capital. Após enfrentar os desafios com o tratamento de câncer dos avós, ele começou a desenvolver aplicações de Inteligência Artificial capazes de prever doenças crônicas. Com os projetos tornando fácil o uso de IA para prever tais doenças, participou do MIT Global Startup Lab e conquistou o 1º lugar na Brazil Conference de Harvard e MIT.

Alexandre Messina, ZapGPT

Com o surgimento do e-commerce no Brasil há 20 anos, a compra de forma prática e remota foi viabilizada. Mas esse modelo de negócio ainda não tem um atendimento humanização. Para melhorar esse cenário e dar acessibilidade a Inteligência Artificial para as pessoas do país, Alexandre Messina criou o ZapGPT, uma plataforma completa para o pequeno empresário evoluir a empresa tradicional para uma empresa IA First, automatizando a maior parte dos seus processos repetitivos e não estratégicos com IA deixando mais tempo livre para ele realizar tarefas mais complexas e estratégicas.

“É uma plataforma em que as pessoas podem criar seu agente de IA em menos de cinco minutos, basta educar a inteligência com os dados que quer usar, depois colocar na plataforma que vai conectar com os clientes, como o Whatsapp, por exemplo, e em menos de cinco minutos a pessoa tem uma plataforma pronta”, explicou Messina no painel com os vencedores da categoria Inteligência Artificial.

Alexandre Messina é engenheiro e se formou na PUC Rio, mas a ZapGPT não foi sua primeira invenção. Ele fundou a Pedala, em 2015, que foi vendida para as Lojas Americanas em 2020, que fez o número saltar para 2 milhões de entregas por ano, e mais de 5 milhões em 2021. A ZapGPT é sua atual criação e, em apenas seis meses, já chegou a ser usada por mais de 300 mil pessoas no Brasil.

Carla Moussalli, LinkFit

No Brasil, aproximadamente 80 milhões de pessoas, o que equivale a 37% da população, enfrentam dores crônicas, incluindo dores musculoesqueléticas, que contribuem com 20% da incapacidade global. Uma em cada três pessoas necessita de reabilitação, o que resulta em despesas significativas nos planos de saúde corporativos.

Por meio da LinkFit, Carla Moussalli fundou uma plataforma de telemonitoramento de dores crônicas, possibilitando a realização de treinos e sessões fisioterápicas remotas, com a qualidade e segurança de um atendimento presencial. Além disso, a plataforma permite o acompanhamento da efetividade e progressão dos tratamentos recomendados.

Durante o Rio Innovation Week, Carla falou que mesmo sendo um programa monitorado por IA, ele tem diversos cérebros que entendem as análises feitas pela tecnologia. Além disso, ela também sobre a necessidade de fazer parcerias estratégicas para sobreviver ao mercado. “O dia a dia de trabalhar com IA é cruel, mas para facilitar fizemos parcerias estratégias. Nós temos uma com o Hospital Albert Einstein que realmente vem funcionando para ser algo a longo prazo. Eles tinham os dados e nós o know how”, explica.

Carla é formada em direito pela PUC SP, com pós-graduação em inovação e saúde. Ela possui mais de 10 anos de experiência corporativa e, com uma visão orientada para pessoas e processos, voltou-se para o mundo do empreendedorismo. Apaixonada por saúde e inovação, Carla tem tomado iniciativas neste setor para tornar a saúde mais acessível e democrática para todos.

Categoria ESG

Anna Beserra, SDW

O acesso à água potável e ao saneamento básico é um desafio global que afeta milhões de pessoas em situações de vulnerabilidade socioambiental, o que resulta em sérias repercussões para saúde, educação e qualidade de vida. Diante desse cenário desafiador, Anna Luísa Beserra criou a Sustainable Development and Water for All (SDW). Seu foco está na promoção do acesso a recursos básicos, como água potável e saneamento, visando transformar positivamente a realidade dessas comunidades.

Durante o Rio Innovation Week, ela falou sobre a dificuldade de conseguir investimento para empresas focadas em ESG. “Muitas empresas parabenizam a nossa iniciativa, mas poucas se envolvem e investem”, contou. Além disso, ela comparou a iniciativa com outras que envolvem IA ou IoT. Para ela, é como se ESG estivesse na idade das cavernas porque a sociedade não está interessada em sustentabilidade como em outras áreas.”

Desde o lançamento de seu primeiro produto em 2019, a startup já beneficiou mais de 15 mil pessoas em 15 estados brasileiros, com ênfase na região semiárida, além de duas províncias equatorianas. Esse impacto positivo não passou despercebido pelos órgãos internacionais, como a ONU e a UNESCO, que reconheceram o trabalho da SDW com mais de 30 premiações, tanto nacionais quanto internacionais.

Anna é uma cientista social e empreendedora que, desde os quinze anos de idade, trabalha para democratizar o acesso à água e saneamento no mundo por meio de tecnologias inovadoras, centradas no usuário e acessíveis.

Rachel Maranhão, MABE Bio

A demanda por materiais sustentáveis está crescendo, porém, a oferta é limitada, o que representa um desafio para as empresas que desejam reduzir seu impacto ambiental. O processo de produção de couro, tanto animal quanto sintético, envolve insumos tóxicos e carcinogênicos, representando riscos para o meio ambiente e para os trabalhadores. Uma pesquisa da Nielsen revela que 73% dos consumidores no mundo procuram ativamente por produtos obtidos de forma sustentável.

Para atender a essa necessidade e impulsionar o mercado, Rachel Albuquerque foi uma das fundadoras da MABE Bio, uma startup de biotecnologia que converte plantas em novos materiais, como biocouro, bioplástico e biocompósito. Esses materiais se destacam no mercado por serem completamente baseados em plantas, biodegradáveis, livres de substâncias tóxicas e plásticos.

A missão da MABE Bio é transformar o paradigma atual de produção e incentivar a regeneração por meio do próprio consumo. Um exemplo é a produção de couro bovino, que está vinculada ao desmatamento na Amazônia, resultando na destruição de mais de 3 mil campos de futebol em terra todos os dias.

Rachel explica que é necessário focar em mudar a mentalidade das pessoas, para que seja possível realmente atingir as metas de sustentabilidade. Para ela, isso é fundamental para mudar o cenário atual. “É comum cada país pensar que é só um furo no próprio barco e que não vai acontecer nada, mas tá todo mundo no mesmo barco, vai todo mundo afundar junto. Quando eu olho para o futuro, eu sou otimista, mas a gente precisa trabalhar junto”, comentou.

Edu Lyra, Gerando Falcões

No Brasil, a realidade das favelas é uma preocupação social significativa, uma vez que mais de 17 milhões de pessoas vivem nessas comunidades urbanas. Esses números refletem uma complexa rede de desafios enfrentados por essas populações, incluindo acesso limitado a serviços básicos, como saúde, educação e infraestrutura adequada. As favelas muitas vezes enfrentam questões de violência, falta de saneamento básico e oportunidades econômicas limitadas.

Por isso foi criada a Gerando Falcões, um ecossistema de desenvolvimento social que atua para acelerar o poder de impacto de líderes de favelas de todo país que possuem um sonho em comum: colocar a pobreza das favelas no museu. Fundado por Edu Lyra em 2011, o projeto entrega serviços de educação, desenvolvimento econômico e cidadania e executa programas de transformação sistêmica em comunidades, como o Favela 3D.

Ao todo já foram mais de 5500 favelas impactadas, 1.100 ONGs no ecossistema da ONG, 25 estados impactos e mais de 717 mil pessoas impactadas. Além disso, em 2020 a ONG criou a Falcons University, braço educacional da Gerando Falcões, uma aceleradora de talentos com iniciativas inovadoras e tecnológicas, de experiências humanas, que tem como objetivo formar líderes que desejam expandir e melhorar a estrutura de suas próprias ONGs.

Categoria Arte

Iane Cabral, Plasma

A sustentabilidade na indústria da moda é uma preocupação cada vez mais urgente e central, impulsionada pelas crescentes preocupações com os impactos ambientais e sociais desse setor, que é conhecido por ser um dos mais poluentes do mundo, devido a práticas de produção insustentáveis e ao rápido ciclo de consumo. Pensando em uma solução para essa questão, a designer criou a Plasma, uma startup de bioinovação que cria materiais regenerativos a partir da biofabricação e o cultivo de substâncias orgânicas sob uma perspectiva de moda circular.

Iane também é idealizadora do Setor W, um laboratório experimental de pesquisa em tecnologias vestíveis com ênfase em eletrônica costurável, computação criativa, impressão 3D e biomateriais. Desde 2018 ela vem pesquisando usos para o biotecido do Kombuchá.

A jornada de Iane representa uma fusão de arte, ciência e sustentabilidade, apontando para um futuro mais ecológico na moda. Formada em Artes e Design e especializada em Product Design, Iane ressaltou que a tecnologia pode ser uma ferramenta a auxiliar o artista que se lança ao empreendedorismo. “O artista pode usar a tecnologia para inovar, mas vale lembrar que ela não é um fim, é um meio. A arte é subjetiva, é o que toca, e as máquinas nunca vão chegar aonde está o ser humano”.

Vítor Cunha, Magroove

No atual cenário musical, ser um artista vai além da simples composição. Há uma necessidade crescente de dominar o design, marketing, e tecnologias emergentes. Nessa interseção de música e inovação, Vítor Cunha apresenta a Magroove, uma resposta aos desafios multifacetados dos artistas independentes.

Desde sua fundação em 2019, a empresa se destaca pela distribuição digital e por um aplicativo de descoberta musical movido a Inteligência Artificial. E não para por aí: estão sendo exploradas novas ferramentas, desde a criação de sites até e-commerce. Armado com formação pelo Instituto de Áudio e Vídeo e uma rica experiência no setor, Vítor busca capacitar artistas para um futuro promissor na música.

Ele ressaltou que a inovação está intimamente relacionada à resolução de problemas. “Não sou daqueles que simplesmente adotam uma tecnologia pelo seu brilho. Sempre me pergunto: Qual é o meu problema real? O cerne da questão, especialmente para artistas, é entender o que realmente importa. A verdadeira inovação não está em apenas adotar a última tecnologia, mas em identificar um problema generalizado e abordá-lo de uma forma inédita, divergindo da abordagem convencional”, destacou no painel com os vencedores da categoria Arte.

Rafael Sanches, Filadelfio

Em uma era artística que celebra a intersecção de disciplinas, Rafael Sanches se destaca, desafiando os limites entre moda, arte e arquitetura. Aos 23 anos, Sanches se lançou na arte, marcando presença em locais como EUA, Irlanda e Holanda e colaborando com gigantes como Nike e Coca-Cola.

Mas sua paixão não parou aí: fundou a marca sustentável Filadelfio e, em meio à pandemia, inaugurou a Casa Vista, uma obra que funde arte e arquitetura, tornando-se um sucesso instantâneo no AirBNB. Seu caminho multifacetado inclui também parcerias com artistas proeminentes e uma clara visão de que a arte é mais do que observação, é experiência.

Em meio à discussão sobre a influência das novas tecnologias no futuro do setor, Sanches ressaltou que não se sente ameaçado. “Vejo com bons olhos essa junção entre arte e tecnologia. Há quem use a tecnologia de forma negativa, mas há quem use de forma positiva. Já há, por exemplo, tecnologia para trackear as obras, ou seja, que permite que o artista saiba onde sua obra está. E isso abre a possibilidade de o artista definir um fee, uma taxa a ser paga a cada vez que sua obra for revendida. E essa é apenas uma das possibilidades que tecnologias como o blockchain possibilitam ao artista.”

Categoria Negócios

Paul Malicki, Flapper

Em um cenário global onde a mobilidade eficiente é crucial, Paul Malicki inovou com a Flapper, democratizando o acesso a voos particulares e moldando a mobilidade aérea para um público mais amplo.

A empresa fornece serviços de aviação executiva sob demanda via aplicativo, como voos fretados, compartilhados e de carga, e catalisa a entrada de aeronaves híbridas-elétricas na mobilidade aérea urbana e regional. Até o momento, voam com quase 30.000 clientes e um inventário próprio, com mais de 2.000 aeronaves, bons registros de segurança e uma equipe experiente.

A primeira plataforma do gênero na América Latina, a Flapper expandiu para EUA e Europa, tendo servido quase 30.000 clientes com mais de 2.000 aeronaves sob seu inventário.

Paul destacou a importância de dominar a Inteligência Artificial para ser o profissional do futuro. “Não tenham medo da IA, ela veio para ficar. Na minha visão, não vai diminuir o mercado de trabalho, desde que nós estejamos no comando dela”, comentou.

Hendel Favarin, Conquer

Diante da crescente lacuna entre a formação acadêmica e as demandas do mercado de trabalho, Hendel Favarin Martines identificou uma oportunidade. Muitos graduados, apesar de terem conhecimento técnico, careciam de habilidades cruciais como liderança e inteligência emocional.

Inspirado por essa necessidade, Hendel fundou a Conquer, uma escola focada no que as faculdades tradicionalmente não abordam. Rapidamente, a instituição ganhou relevância, atendendo gigantes corporativos e destacando-se por apoiar a sociedade durante a pandemia com cursos gratuitos. Em sete anos, a iniciativa impactou milhões e gerou inúmeros empregos.

Para Hendel, quando falamos sobre cultura inovadora, falamos sobre liderança. “Não existe cultura boa com líder fraco”, destacou. “O primeiro desafio de toda equipe é construir confiança, que se constrói com abertura, humildade e responsabilidade individual. Assim as pessoas seguem na sua linha e buscam o mesmo objetivo. É assim que a inovação acontece.”

Carolina Takada, Bud

A depressão e a ansiedade já acarretam uma perda de 1 trilhão de dólares anualmente na economia global. Essa realidade traz aos líderes um desafio de dimensões extraordinárias: buscar o alcance de suas metas sem prejudicar sua saúde mental e a de suas equipes. Embora abordagens modernas de gestão tenham surgido, sua adoção permanece uma tarefa árdua. É nesse contexto que Carolina Takada deu vida ao Bud, um software de gestão de equipes que simplifica a adoção de práticas de gestão mais saudáveis e eficazes.

A inspiração de Carolina não veio apenas dos números. Ela viu nas empresas modernas um anseio por práticas mais equilibradas e eficazes de gestão, que coloquem a saúde mental em destaque.

Ao explicar o negócio, Carolina comentou: “quando eu falo que Bud é focado em bem-estar, muitos acham que é sobre meditação, mas tudo começa com a gestão. Enquanto as práticas de gestão não mudarem, não vamos melhorar”.

O Bud foi criado para suprir essa lacuna. Com mais de 5 mil usuários e experiência em grandes empresas, o software promove alinhamento de objetivos, clareza nas metas, colaboração e reconhecimento, resultando em um ambiente de trabalho de confiança e apoio.

MIT Technology Review Portugal terá primeira edição do Innovators Under 35

Nesta quinta-feira, 5, ainda foi anunciada a primeira edição do Innovators Under 35 Portugal. O intuito é colocar Portugal na lista de países pioneiros no desenvolvimento de soluções inovadoras que atendem às principais questões da sociedade.

Além disso, é uma oportunidade para os jovens portugueses compartilhares suas ideias de inovação e viabilizar que inovadores de outros países que têm como idioma oficial a Língua Portuguesa da África tenham a oportunidade de divulgar diferentes iniciativas.

“A expectativa é que a gente consiga entregar, em Portugal, algo de tão boa qualidade e bom resultado quanto conseguimos encontrar aqui no Brasil. Tenho certeza de que em Portugal também seremos surpreendidos por grandes iniciativas de jovens promissores e que venham a entregar melhorias para esse mundo que a gente está vivendo”, disse Mauricio Pradal, CEO da MIT Technology Review Brasil Portugal, que esteve presente no evento.

As inscrições do Innovators Under 35 Portugal iniciam em novembro. Em breve, novas informações sobre a premiação serão divulgadas.

Último vídeo

Nossos tópicos