Inovação e estabilidade: como empresas podem evoluir sem abrir mão do que já funciona
Inteligência artificial

Inovação e estabilidade: como empresas podem evoluir sem abrir mão do que já funciona

Muitas empresas ainda encaram a inovação e a estabilidade operacional como opostos. A ideia de que é preciso “quebrar tudo” para evoluir tecnologicamente, no entanto, é um mito perigoso.

É o que defende Flávio Moitinho, General Manager da Liferay na América Latina, com mais de 12 anos de atuação na empresa. Em entrevista, ele destaca que a inovação deve ser recebida como uma camada de valor adicional, não como uma substituição radical do que já existe.

A falsa dicotomia entre inovação e estabilidade

Segundo Moitinho, a resistência à inovação muitas vezes surge do receio de colocar em risco sistemas consolidados. “Isso é um mito. A inovação não vem para desfazer o que já funciona, mas para expandir a partir dessa base, criando experiências e funcionalidades sem comprometer a operação”, explica. Ele ressalta que, especialmente no Brasil e na América Latina, ainda há uma aversão cultural ao risco, que retarda a adoção de tecnologias mais modernas.

Casos de transição mal planejada e seus impactos

Um exemplo de como não fazer essa transição é a tentativa de substituir sistemas complexos, como ERPs, de uma só vez, sem um planejamento modular: “Em minha experiência, projetos que não consideram uma abordagem por fases podem se arrastar por mais de um ano, com atrasos, falhas na integração e até interrupção de operações”. A falta de uma abordagem faseada , com testes e implementações graduais, é um erro comum e de alto impacto.

Interoperabilidade: valor estratégico, não apenas técnico

A capacidade de sistemas distintos se comunicarem — a interoperabilidade — deixou de ser um detalhe técnico para se tornar um pilar estratégico. “Quebrar silos e permitir que dados e funcionalidades de sistemas legados conversem entre si é essencial para a agilidade e a inovação”, afirma Moitinho. Essa comunicação fluida entre sistemas permite que empresas passem a contar com experiências digitais inéditas, mas sem terem tido de reconstruir tudo do zero.

Modularidade: a lógica da evolução contínua

A arquitetura modular (composable) surge como tendência central para os próximos anos. Nela, as empresas utilizam APIs para orquestrar serviços de diferentes fornecedores, construindo experiências digitais integradas sem a necessidade de migrações massivas. “É a antítese do lock-in de software proprietário. Com uma arquitetura aberta, você compõe soluções sem precisar trocar toda a base tecnológica. É essa filosofia de código aberto que está na essência de plataformas como a Liferay”, destaca Moitinho.

Liferay como camada de integração e expansão

Nesse contexto, plataformas como a Liferay atuam como uma camada de composição sobre os sistemas legados. “Somos uma plataforma de integração. Integramos via APIs com ERPs, CRMs e qualquer outro sistema, permitindo que o cliente construa portais, intranets e canais de atendimento modernos, mantendo a estabilidade do que já existe”, explica. A base de código aberto e o foco em low-code/no-code também conferem autonomia aos times de negócio, reduzindo a dependência da TI a cada nova demanda.

O que vem pela frente

Moitinho aponta que, além da modularidade e da interoperabilidade, a inteligência artificial será um vetor de transformação nos próximos anos. “A IA permitirá personalizar experiências em tempo real com base nos dados dos sistemas legados, gerando ainda mais valor a partir do que a empresa já tem.” Para ele, o grande desafio, e a grande oportunidade também, está em ajudar as empresas a inovar sem medo, transformando centros de custo em centros de valor.

Último vídeo

Nossos tópicos