Inovação, conexão e inteligência de dados: os pilares da transformação digital
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Inovação, conexão e inteligência de dados: os pilares da transformação digital

Como as empresas têm adotado novas tecnologias e os aspectos transformadores desse processo para os negócios, para as pessoas e para a inovação.

O conceito de Transformação Digital tem sido muito aplicado dentro das empresas, principalmente depois da pandemia de Covid-19 quando elas se viram obrigadas a migrar as suas atividades para o ambiente online, já que as lojas, escritórios e estabelecimentos físicos tiveram que fechar as suas portas, devido ao isolamento social estabelecido para conter o contágio da doença.  

Com isso, a tecnologia passou a ser muito utilizada, pois foi por meio dela que as empresas conseguiram diminuir a distância e manter contato direto entre os consumidores e as marcas, fazendo com que eles pudessem adquirir um produto ou serviço pelos canais digitais.  

Foi neste momento que os empreendedores entenderam e perceberam o papel que as soluções tecnológicas poderiam exercer e o quão vantajosas e benéficas elas podem ser para os negócios. Para compreender melhor a importância da inovação, podemos fazer uma analogia com a construção de uma casa, que requer uma estrutura sólida para resistir a ventos fortes.  

Da mesma forma, no ambiente corporativo, é necessário criar uma base sólida para enfrentar a concorrência e as mudanças do mercado, o que consiste em três pilares: inovação sustentada na Transformação Digital, conexão e inteligência de dados.  

A partir do relatório “Mapa da Inovação Corporativa” feito pela AEVO, plataforma de gestão da inovação em estratégia, com mais de 309 companhias entre abril de 2021 e julho de 2022, foi possível constatar que, para metade das corporações, o conceito de inovação já está claro entre os líderes. Outro dado interessante é que um terço das organizações só toma decisões após a análise contínua do portfólio de inovação. E, dentre eles, 23% o fazem de maneira estruturada, enquanto 22% enfrentam dificuldades para isso.  

Já o estudo Most Innovative Companies 2023: Reaching New Heights in Uncertain Times, feito pelo Boston Consulting Group (BCG), aponta que 79% das companhias incluem a inovação na lista das metas empresariais e as áreas que vão receber são os novos produtos e a exploração de modelos de negócios adjacentes. Além disso, 42% dos entrevistados pretendem gastar mais com inovação neste ano.  

No entanto, adotar esse conceito não é uma tarefa fácil, pois requer muito estudo, conhecimento, experiência, networking. Por isso, muitos líderes têm dificuldade de implementar a inovação no dia a dia das companhias, mas estão empenhados e dispostos a quebrar barreiras para adotá-las.   

Um estudo feito no início deste ano pela ACE Cortex, consultoria de inovação, aponta que os principais obstáculos a serem enfrentados nos dias de hoje são a falta de governança corporativa (43,8%), tempo de execução (42,2%), métricas bem definidas (38,3%) e equipes despreparadas (36,7%).  

De uma maneira geral, podemos dizer que a inovação permite que as empresas criem novos produtos, serviços e modelos de negócios que atendam às necessidades dos clientes e saiam na frente dos seus concorrentes. Além disso, ela ajuda a automatizar processos repetitivos; desenvolver e/ou implementar novos canais de comunicação; simplificar processos proporcionando maior impacto e cultura de testes e experimentações; entender a maturidade cultural e digital; identificar e remover atritos na jornada do cliente e mapear os hábitos de consumo.  

Mas para que as empresas consigam alcançar os seus objetivos e se transformar digitalmente é preciso primeiro entender quais as ferramentas mais adequadas para serem usadas e que auxiliarão nessa jornada.  Além disso, é importante que os líderes entendam que a inovação não é um item que está anexado em uma área, mas sim que faz parte dela desde o começo e por isso é fundamental que se invista no conhecimento de toda a equipe.   

Outro ponto a ser destacado é a capacidade de testar, falhar e mudar rapidamente, sem desprender muito tempo para isso. O terceiro item que deve ser levado em consideração é que todo o processo inovador está atrelado aos riscos a serem assumidos, mas a recompensa deles ultrapassa as questões financeiras, pois o importante também é a criação de uma cultura que vai fortalecer os processos operacionais da companhia.  

Diante de todas as vantagens que ela pode proporcionar para os negócios, as corporações de todos os portes estão apostando cada vez mais nessas soluções tecnológicas. De acordo com relatório da Fact.MR, referência em análises de mercado, o interesse das empresas por transformação digital deve alcançar a marca de US$ 2,3 trilhões até 2032, com crescimento anual de 14,2%. Esses dados são significativos e comprovam que esse é um mercado que tende a crescer muito nas próximas décadas.   

Isso é evidenciado pelo estudo Digital Transformation Index, realizado pela KPMG, organização global de firmas independentes que prestam serviços profissionais nas áreas de Audit, Tax e Advisory. As instituições que investem na TD têm apresentado uma taxa de eficiência quase 23% maior em comparação com outras corporações. Além disso, essas empresas tiveram uma redução de custos e um índice de produtividade 14% maior em relação àquelas que não dão a mesma importância para isso. 

No entanto, para adotar esse conceito de maneira eficaz, sem desperdiçar dinheiro e tempo, é fundamental entender que há quatro pontos focais: o primeiro é colocar o cliente no centro de tudo, já que é ele que dita os negócios  e compreender os seus anseios irá determinar o sucesso ou o fracasso de uma companhia, e por conta disso que os dados são fundamentais para mapear o comportamento deles e antecipar as necessidades por meio da Inteligência Artificial, machine learning e hiper personalização; o segundo são os squads autônomos que consistem em um grupo de pessoas trabalhando de forma autônoma em projetos específicos;  o terceiro é experimentação, e o quarto é a motivação por propósito do time 

Outro pilar essencial é a conexão, que é chave para a Transformação Digital, e envolve o conceito de ecossistemas digitais, uma vez que ela pode ajudar as empresas a terem relevância em seu mercado de atuação. Segundo o relatório feito pela Accenture, as empresas líderes que investem em ecossistemas digitais têm uma probabilidade 2,5 vezes maior de alcançar um crescimento acima da média em comparação com os seus concorrentes.   

Já de acordo com um estudo feito pela McKinsey, até 2025 as empresas adeptas aos ecossistemas digitais vão representar cerca de US$ 60 trilhões em receita global. Segundo uma pesquisa da Harvard Business Review, àquelas que adotarem abordagens de ecossistemas digitais vão aumentar a sua taxa de inovação em 20% e o percentual de lançamento de novos produtos em 25%. Ou seja, esses dados mostram o quão importante é para as corporações apostarem nesse conceito nos dias de hoje. 

Isso porque eles são um formato que beneficia todos os envolvidos, pois além de agregar valor para os negócios e melhorar a experiência do consumidor, eles também vão ajudar a aumentar a receita, dar a possibilidade de ingressar em mercados pouco explorados, diminuir os custos com a aquisição de novos clientes e fortalecer o relacionamento daqueles que já confiam na marca. Para tanto, é possível desenvolver produtos e serviços que vão atender as reais necessidades dos consumidores, para que essa oferta seja sempre complementar a outra.  

Nesse caso, ela proporciona algumas vantagens como aumento das vendas por meio de uma comunicação personalizada e uma jornada mais fluida, antecipação das demandas e previsibilidade de receitas e leads qualificados; garantia de ROI a partir das campanhas de hiper personalização; novas fontes de lucro e, por fim, redução de riscos pois um ecossistema consegue prever, por meio de dados, como as decisões tomadas podem afetá-las.  

O terceiro pilar é a inteligência de dados, que tem como premissa extrair e analisar todos os dados dos clientes para ditar tendências, antecipar problemas, ajudar nas tomadas de decisões, melhorar o relacionamento entre marca e consumidor e mapear os seus hábitos de consumo.  Isso fará toda a diferença e trará vantagens significativas para os negócios, como aumento na competitividade no mercado e nos lucros gerados. Além disso, ter uma cultura baseada em dados permite que possíveis erros ou problemas sejam identificados logo, podendo ser corrigidos em tempo de não causar prejuízos maiores.  

Mas um ponto importante nisso tudo está relacionado ao gerenciamento e a maturidade digital dessas companhias, pois não é suficiente apenas ter esses dados, mas é preciso saber gerenciá-los de maneira bruta. Por isso que contar com a ajuda de empresas de tecnologia especializadas em inovação e consultorias próprias é imprescindível, pois o caminho para alcançar a maturidade digital é longo, mas estamos progredindo ano após ano e os resultados são altamente satisfatórios, conforme os dados abaixo.  

Um estudo feito pela McKinsey que mostra o Índice de Maturidade Digital apontou que as empresas que são líderes em maturidade digital no país registraram uma taxa de crescimento do EBITA até três vezes maior em comparação às outras companhias. No âmbito global, elas cresceram cinco vezes a mais do que as demais.  

O relatório também abordou o grau de maturidade digital dos líderes brasileiros em quatro categorias: estratégia, capacidades, organização e cultural. Na média geral, eles alcançaram 66 pontos, frente 67 dos líderes globais, o que traz um cenário bem otimista para o setor. O único item no qual foi identificada uma disparidade muito grande foi no quesito capacidade, mas os demais foram bem acirrados, mostrando assim um cenário altamente promissor no Brasil.  

Mas, em paralelo, o estudo também listou os principais desafios enfrentados por grande parte dessas companhias, como ter um roadmap específico de iniciativas que priorizam os diferentes níveis da empresa; dados e analytics; talentos capacitados e mentalidade baseada em dados e cultura de tomadas de decisões assertivas. Porém, esses são pontos que já mencionamos algumas vezes e que todos os profissionais envolvidos nessa transformação digital já estão trabalhando para superá-los.  

Além disso, outro aspecto importante para ser mencionado quando o assunto é maturidade digital e inteligência de dados é com relação a hiper personalização, onde as marcas estão utilizando desses insights para oferecer uma experiência customizada e atender de fato as necessidades individuais dos usuários.  

Diante desses insights e toda a análise feita sobre o assunto, concluo que, para que se tenha sucesso com o conceito da Transformação Digital e de fato consiga tirar proveito do que ela pode proporcionar para os negócios, é imprescindível que a palavra inovação faça parte do dia a dia de todos os envolvidos e ela precisa fazer parte do DNA da companhia, pois só ela vai conseguir mudar a cultura organizacional, promover eficiência operacional, ganhos de produtividade, melhorar processos internos e será o fio condutor de toda essa engrenagem que chama: Transformação Digital.  Portanto, gestores, entendam definitivamente que o momento de mudança chegou e quem não estiver preparado para isso, tem grandes chances de morrer na praia. Pensem nisso!  

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