Com público recorde, o terceiro e último dia do Energy Summit 2025 foi marcado pela presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, encerrando o evento em grande estilo.
Energy Summit

Com público recorde, o terceiro e último dia do Energy Summit 2025 foi marcado pela presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, encerrando o evento em grande estilo.

Encerramento do Energy Summit 2025 reúne inovação, arte, política e ciência em defesa de uma matriz energética mais justa e sustentável.

O último dia do Energy Summit 2025 consolidou, com vigor, o papel do evento como um dos mais relevantes fóruns globais sobre transição energética. Ao longo de uma programação diversa e intensa, especialistas do Brasil e do mundo se reuniram para debater caminhos possíveis rumo a um modelo energético mais limpo, justo e inovador. Em múltiplos palcos e formatos, a agenda reforçou que o futuro da energia depende de colaboração, ousadia e visão estratégica.

A maratona de ideias começou no Spark Stage, com o painel “China Energy Perspectives”, conduzido por Cláudia Trevisan, diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Em sua análise, Trevisan destacou o protagonismo da China no processo de descarbonização e seu papel determinante na transição energética global. Com investimentos bilionários em energia solar, hidrogênio verde e mobilidade elétrica, o país asiático avança como potência tecnológica e ambiental, influenciando políticas públicas e mercados em escala planetária.

No Edison Stage, o debate girou em torno da mineração como pilar da transição verde. Intitulado “Mining and Energy Transition”, o painel reuniu Marcelo Sampaio, Diretor de Assuntos Regulatórios da Vale e Rodrigo Cota, Diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do Ministério de Minas e Energia, que enfatizaram a necessidade de reconfigurar o setor mineral à luz das demandas climáticas. Baterias, turbinas eólicas e painéis solares dependem de matérias-primas extraídas com responsabilidade, e essa cadeia precisa ser mais inovadora, sustentável e integrada.

A discussão sobre justiça climática ganhou espaço no Nova Stage, com o painel “Africa’s Energy Transition in a Global Context”, onde Theo Schunck, Vice-Presidente da CAFRAM, defendeu uma transição energética que considere as realidades específicas do continente africano. Ele pontuou que a África, além de estratégica na oferta de minerais críticos, pode ser protagonista na geração de energia limpa, desde que receba investimentos justos, respeitosos e voltados ao desenvolvimento inclusivo.

No painel “The En-ROADS Workshop”, realizado no palco Masterclass, Renato Santos, Especialista Setorial de Energia Renovável do BNDES, apresentou o En-ROADS, um simulador de soluções climáticas desenvolvido pela Climate Interactive, em parceria com o MIT Sloan e a Ventana Systems. A ferramenta permite aos usuários explorar o impacto de diversos fatores, como o uso de combustíveis fósseis, agricultura, preços da energia, transporte, entre outros, sobre o aumento da temperatura média global.

“A tecnologia já existe, temos recursos humanos capacitados, mas ainda falta um alinhamento entre políticas públicas e entre os países para colocarmos em prática as ferramentas mais efetivas, como, por exemplo, a precificação de carbono”, concluiu.

A ciência encontrou a arte no palco Science & Arts, com o painel “Geologia e Arte, ” promovido pela Repsol. Numa experiência sensorial, artistas transformaram camadas geológicas em obras visuais, explorando texturas e histórias da Terra para despertar consciência ambiental. A iniciativa mostrou que conhecimento e criatividade podem andar lado a lado na missão de repensar nossa relação com o planeta.

O painel “Economia Circula”, no palco Electric Days, o reuniu especialistas para discutir modelos de produção e consumo voltados à redução de resíduos e valorização de recursos naturais. A economia circular foi apresentada como um modelo estratégico não apenas sustentável, mas economicamente viável para fortalecer um sistema energético regenerativo.

Já no palco Oiweek, Liliana Pinelli, cofundadora do Impact Hub, trouxe um olhar social à transição energética. No painel “Descarbonização e Impacto”, Pinelli destacou a importância de políticas públicas consistentes e modelos de negócio sustentáveis que gerem benefícios reais para comunidades. Para Pinelli, descarbonizar também é incluir, e o sucesso da transição passa pelo impacto positivo nos territórios.

Fora dos auditórios, a inovação se materializou no estande do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Patrocinador Master do evento. Em parceria com a SEENEMAR, o espaço promoveu experiências imersivas e interativas com foco na digitalização do setor energético. Óculos de realidade virtual e outras tecnologias de ponta deram ao público a chance de vivenciar, na prática, os caminhos que já estão moldando o futuro da energia.

Governador do RJ sela compromissos com energia limpa no encerramento do Energy Summit 2025

A programação de encerramento contou com momentos marcantes, como a cerimônia do “Energy Awards” e a presença ilustre do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, no painel “Energy Summit Closing Ceremony”. Durante sua participação, o governador reafirmou o compromisso do governo estadual com a transição energética, a sustentabilidade e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para um futuro mais limpo e inovador.

“É muito importante que a transição energética comece no estado com maior produção fóssil. Não adianta a gente continuar pensando somente no petróleo e no gás. Temos agora o biogás, a biomassa, o hidrogênio. Nós acreditamos que essas novas fontes energéticas têm tudo para ganhar relevância e diminuir a necessidade dos combustíveis fósseis”, afirmou o governador.

A solenidade contou ainda com a assinatura de dois decretos que representam um marco significativo para o futuro energético do estado. As medidas, focadas em sustentabilidade, inovação e fortalecimento da produção local de energia limpa, reforçam o compromisso do Rio com uma matriz energética mais sustentável e inovadora.

O primeiro decreto refere-se à Lei Estadual nº 10.456, sancionada em 16 de julho de 2024. A norma oferece incentivos fiscais no ICMS para usinas termelétricas que utilizam gás natural, condicionados a investimentos em eficiência energética e na transição para fontes mais limpas. A iniciativa busca estimular as empresas do setor a adotarem práticas mais responsáveis e modernas, promovendo uma redução nas emissões de carbono.

Já o segundo decreto regulamenta a Lei Estadual nº 6.361, de 18 de dezembro de 2012, que trata do uso do biometano, combustível renovável produzido a partir de resíduos orgânicos. Com a nova regulamentação, o biometano poderá ser integrado à malha de gás natural do estado, ampliando o acesso a essa fonte energética limpa e impulsionando o desenvolvimento de projetos locais voltados à geração sustentável de energia.

Essas ações culminam em um gesto concreto do governo estadual, alinhando a gestão pública às demandas globais por inovação e responsabilidade ambiental. Além de fortalecer a economia local, os decretos sinalizam uma aposta estratégica no futuro energético do Rio de Janeiro, consolidando seu papel na transição para uma matriz mais limpa e eficiente.

Com pluralidade, engajamento e propósito, o evento reafirmou seu protagonismo no debate climático global e reforçou o compromisso com um amanhã mais sustentável, mostrando que a inovação nasce do encontro entre pessoas, da escuta ativa e da diversidade de perspectivas, e termina com uma certeza: o futuro da energia já começou, e passa pelo Brasil.

Mini Banner - Assine a MIT Technology Review

Energy Summit 2026

Para além das novidades que encerraram o último dia do evento, uma excelente notícia foi confirmada: o Energy Summit terá uma nova edição em 2026, e os ingressos já estão à venda. Será mais uma chance para profissionais e entusiastas se conectarem às inovações do setor e contribuírem ativamente com a transição energética.

Último vídeo

Nossos tópicos