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O Energy Summit 2025 teve início com um encontro de grandes nomes do setor energético e da formulação de políticas públicas. O maior evento do MIT fora dos Estados Unidos acontece na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e conta com a presença de grandes personalidade do setor de energia, tecnologia, ciência e sustentabilidade para discutirem os rumos da transição energética no Brasil e no mundo.
Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, deu as boas-vindas ao público e destacou a relevância do evento como espaço de convergência entre inovação, políticas públicas e sustentabilidade. Ao seu lado, nomes de peso como Lars Frølund, especialista em investimento em deep tech e professor do MIT; e Travis Hunter, diretor do MIT Regional Entrepreneurship Acceleration Program (MIT REAP), trouxeram as perspectivas globais sobre os caminhos para acelerar o desenvolvimento tecnológico com impacto positivo.
“A transição energética não será impulsionada apenas por tecnologia, mas por ecossistemas colaborativos, que conectam governo, academia, setor privado e sociedade”, declarou o diretor do MIT REAP.
Além disso, representando o setor público e reforçando a importância estratégica do evento para o Brasil, também participaram Cássio Coelho, Secretário de Estado da Secretaria de Energia e Economia do Mar (SEENEMAR), e Nicola Miccione, Secretário da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Eles reforçaram o papel do Poder Público na construção de um ambiente favorável à inovação e à economia verde, especialmente no contexto brasileiro.
Já a Petrobras foi representada por William Nozaki, Gerente Executivo de Gestão Integrada da Transição Energética, reforçando o papel das empresas estatais na construção de um futuro energético mais sustentável.
“Reconhecemos o papel fundamental da Petrobras em fornecer energia de forma responsável, contribuindo para o abastecimento do mercado e apoiando a transição global para um futuro mais sustentável, com foco no desenvolvimento e na oferta de combustíveis mais sustentáveis”, disse Nozaki.
Confira o que aconteceu no Edison Stage
No palco Edison, os painéis abordaram temáticas diversas, como o intercâmbio de soluções no setor energético, o papel da tecnologia de blockchain na transição energética e o processo de descarbonização no ambiente marítimo.
Na palestra Unleashing Impact: addressing the barries to advancing technology to scalable companies in Brazil, Tom Vianna Martins, Founder & CEO da Pareto Internacional, comentou sobre a importância da cultura das empresas em prol da criação e implementação de novas soluções. Além disso, ressaltou que, apesar do Brasil ainda precisar avançar em investimentos em P&D, o país apresenta um DNA para inovação, o que favorece a chegada de recursos financeiros e tecnológicos.
No painel Internationalization of Energy and Sustainability, participaram Yuri Ramos, Program Director do MIT; Cesar Augusto Ribeiro, CEO Colibri One da Colibri Capital; Daniel Moura, fundador e CEO da Pix Force; e Thiago Pampolha, Vice-presidente e conselheiro do Tribunal de Contas do Estados do Rio de Janeiro.
O representante do TCE-RJ foi questionado sobre o papel do Estado como incentivador de inovação. De acordo com Pampolha, qualquer projeto no Brasil deve ser pensado em médio a longo prazo e como uma política que perpasse qualquer governo, envolvendo diversos agentes.
“Para se desenvolver qualquer projeto no Brasil, é preciso um plano estratégico de médio a longo prazo, como política de Estado, envolvendo o Poder Público, as agências reguladoras, as empresas, a academia e a sociedade”, afirmou.
Já o painel Solutions for Maritime Decarbonization debateu os impactos da descarbonização do setor marítimo em relação à redução das emissões de gases poluentes, da punição às empresas que não se adaptarem às novas diretrizes de uso de combustíveis e do aumento do custo com o frete. Para Sergio Chaves, Subsecretário da Secretaria de Energia e Economia do Mar (SEENEMAR), as companhias do setor vão buscar rotas e uma estrutura portuária que contribua para a descarbonização desse transporte.
“Nessa busca por menos emissão, os navios vão procurar uma rota e um porto, onde haja redução das emissões. Então, se tiver um porto em que se tenha disponibilidade de energia elétrica para o gerador, por exemplo, esse lugar será uma prioridade. Outra prioridade é preparar os “corredores verdes”, ou seja, criar no entorno dos portos do Rio de Janeiro um ambiente com uma economia mais limpa e sustentável”, afirmou.
Os destaques no Nova Stage
O Nova Stage foi um dos principais destaques do primeiro dia do Energy Summit 2025, apresentando uma programação rica em debates sobre inovação, colaboração e o futuro da energia no Brasil. O espaço reuniu líderes do setor que enfatizaram a importância de
parcerias estratégicas entre centros de pesquisa, universidades e indústria para impulsionar tecnologias que tornem a matriz energética mais eficiente.
Durante o painel Research Centers for Energy Innovation, Julio Leite, General Manager de Strategic RD&I and Management da Petrobras, ressaltou a necessidade de uma atuação conjunta entre centros de pesquisa, universidades e indústria para acelerar a inovação no setor. O executivo destacou os obstáculos na implementação de novas tecnologias, mas também apontou para um horizonte de oportunidades em parcerias estratégicas capazes de transformar a matriz energética brasileira com mais eficiência e sustentabilidade.
A inovação aberta foi o foco do painel Open Innovation for the Energy Transition – Solutions in Energy and Decarbonization, que reuniu representantes da Petrobras: Mauricio Moraes Neves Junior, João Carlos Matsuzaka Costa, Andrea Pontual de Oliveira Weydmann e Alex Dal Pont. O grupo compartilhou experiências e ressaltou o valor das conexões com startups e centros de pesquisa como motores de soluções disruptivas para tornar o setor mais limpo, eficiente e resiliente diante das urgências climáticas.
Masterclass sobre energia nuclear
Durante a Masterclass State of Development with SMRs and Next Generation Nuclear Energy, Navid Samandari, Senior fellow da Erhvervslivets Taenketank, apresentou uma reflexão sobre o potencial transformador da energia nuclear em escala global.
Ao discutir o cenário brasileiro e internacional, Samandari destacou dois grandes desafios enfrentados: o acúmulo de resíduos nucleares e o desperdício de materiais utilizados na geração dessa energia.
Energy Summit 2025
O Energy Summit 2025 acontece até o dia 26 de junho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, com happy hour ao final de cada dia. O evento conta com mais de 100 palestras e eventos paralelos, onde são debatidos os próximos passos da transição energética e das soluções sustentáveis, com foco em inovação e empreendedorismo, além da inclusão das mulheres no setor energético.