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A pandemia de Covid-19 forçou as empresas a acelerarem seus processos de digitalização, mas, além disso, fez com que companhias de diferentes setores passassem a enxergar o uso estratégico de dados como parte fundamental de seus negócios.
De acordo com o IDC, 47% dos orçamentos de TI na América Latina para 2022 são maiores que os de 2021. Além disso, 48% das organizações mantiveram seus orçamentos em 2022, enquanto apenas 5% das companhias disseram que iam diminuir algum investimento feito durante a pandemia. Ou seja, de maneira geral, o cenário demonstra positividade nos investimentos de tecnologia.
Diante deste cenário, o IDC elaborou a pesquisa “Avanços na cultura organizacional baseada em Dados, Analytics e IA”, a pedido do SAS. O estudo lança luz a um fato já entendido pelas empresas: a análise de dados pode contribuir para diferentes aspectos de um negócio, como a definição de melhores estratégias de relacionamento com o consumidor. A partir desse entendimento, as organizações cada vez mais injetam recursos na área de tecnologia e no desenvolvimento de Inteligência Artificial para garantir maior competitividade no mercado.
A pesquisa aponta, por exemplo, que o objetivo de sete entre dez companhias nacionais com o uso de IA é melhorar a habilidade de análise de dados históricos para garantir insights preditivos. Para André Novo, country manager do SAS no Brasil, os dados revelam uma maturidade das empresas brasileiras em relação à transformação digital como meio de se tornarem mais competitivas, prevendo os próximos cenários e gerando novas oportunidades de negócios.
“A pesquisa mostra que grande parte do mercado nacional já sabe que só conseguirá conhecer melhor seus consumidores por meio de soluções robustas de análise de dados”, analisou.
Ao todo, 333 empresas foram entrevistadas em oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Costa Rica e República Dominicana. Foram consideradas companhias de diferentes segmentos, como manufatura, finanças e saúde, e de diferentes tamanhos. A pesquisa foi realizada entre o fim de maio e início de julho de 2022.
Empresas investem em inteligência de dados
De acordo com os dados obtidos, o ano de 2021 apresentou grandes desafios para as empresas refinarem suas estratégias de análise de dados e uso da Inteligência Artificial, especialmente em relação a aspectos como a mudança de cultura e processos e a criação de novos modelos de negócio. Ou seja, esses itens mostram a necessidade das empresas de promoverem uma mudança cultural para que a inovação seja um dos pilares de sua estratégia de negócios.
Atualmente, segundo a pesquisa, 86% das empresas já adotaram o uso de soluções de Dados, Analytics e IA. Para 4 em cada 10 organizações, a principal motivação para ampliação dos investimentos nessa área é a necessidade de identificar tendências e padrões de consumo.
Também são fatores motivadores a otimização de processos e a organização de KPIs, isso olhando pelo viés de negócios. Na parte técnica, as organizações buscam garantir a operacionalidade dos negócios com o menor custo possível. Assim, confiabilidade e segurança, custos de manutenção e rapidez de acesso são pontos que ganham relevância.
Os principais investimentos feitos em 2021 e início de 2022 foram em Analytics e Business Intelligence; Data Management (Banco de Dados); e IA e Machine Learning. Todos esses itens estão alinhados a essa estratégia das empresas em avançar em inteligência de dados.
Dentre os desafios para uma organização desenvolver uma estratégia inteligente está a falta da cultura baseada em dados e a falta de mão de obra especializada. “Estamos sofrendo com esse fenômeno em todas as áreas, principalmente na TI, de falta de capital intelectual e mão de obra especializada. Quando olhamos para soluções específicas, como análise de dados, a dificuldade aumenta”, disse Fabio Martinelli, consultor e pesquisador de mercado nos programas de Software, Serviços e Cloud na IDC Latim América, durante a apresentação do relatório.
Em 46% das empresas são os CIOs (Chief Information Officer) os principais responsáveis por decidir sobre os investimentos em tecnologia. Seguidos dos ocupantes dos cargos de LoB (23%), CEO (18%) e CFO (13%).
Tendências de investimentos em cloud para os próximos anos
A pesquisa do IDC aponta que 38% das empresas armazenam dados em soluções on-premise na própria infraestrutura, ou seja, os dados são alocados em servidores internos. Mas, entre os próximos 12 e 24 meses, esse percentual tende a cair para 21%.
Futuramente a estimativa é de que o PaaS seja o modelo preferido para implantar soluções de Dados, Analytics e IA nas empresas. O Platform as a Service é um modelo de cloud computing público, onde as empresas podem desenvolver e gerenciar aplicativos na nuvem. Estima-se que o modelo hoje aplicado em 32% dos negócios, deve atingir os 46% nos próximos 12 ou 24 meses.
As companhias chegaram a mencionar os principais fatores que orientam essa tendência. São eles: confiabilidade e segurança (75%), velocidade de acesso (56%), rapidez de implantação (51%), necessidade de processar grandes quantidades de dados (49%) e capacidade de gerenciar uma ampla gama de conjuntos de dados (47%).
Outros modelos de cloud computing que também serão utilizados são a solução em cloud privada (projeção de 21%) e IaaS (12%).
Alguns fatores ajudam a explicar o motivo pelos quais as empresas pretendem investir em novas soluções, como a questão do suporte técnico, preço, plataforma de implantação, relevância para as necessidades do negócio, interface de usuário fácil, marca, recursos móveis. Esses investimentos têm a ver com a necessidade de se tornar mais rápido e ágil para atender a necessidade do cliente da melhor maneira possível.
“Temos algumas outras pesquisas que mostram que as empresas tomaram a decisão de avançar para atender o cliente e ser competitivo, porque ou o concorrente já está fazendo algum tipo de melhoria ou tem novos entrantes no mercado, que vai dificultar a competitividade”, explicou Martinelli.
A pesquisa também demonstra que as empresas irão aumentar a adoção de soluções comercialmente viáveis para acelerar o uso de Dados, Analytics e IA. E o planejamento dessas ações é investir em soluções para se tornar mais eficiente e ter uma estratégia voltada a dados para se destacar e não correr o risco de perder relevância no mercado, como enfatizou Martinelli.