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Nesta quarta-feira, aconteceu o último dia do Energy Summit, o evento que foi o marco da transição energética e sustentabilidade no mundo. O encontro reuniu as cinco pontas da inovação (governo, corporações, investidores, startups e academia) para discussões estratégicas.
Foram mais de 70 horas de conteúdo, entre painéis e masterclasses exclusivas com professores do MIT e especialistas renomados, sobre políticas públicas e novas tecnologias que pautarão o setor de energia para os próximos anos.
No palco Spark Stage, foram realizadas discussões sobre o papel do Rio de Janeiro na transição energética global. O editor-executivo da MIT Technology Review Brasil Carlos Aros, mediou o painel “Rio de Janeiro: The Silicon Valley of Energy Transition”.
Também participaram Felipe Peixoto, secretário interino de Energia e Economia do Mar; Katia Repsold, presidente da Naturgy Brasil; Heloísa Borges Esteves, diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE.
Katia destacou que o biogás e o biometano são o futuro da energia, além do gás natural. “O gás natural é uma energia chamada de energia de transição, mas no Brasil já está muito bem implantada.” O estado é o responsável pela produção de 76% do gás natural do país.
“A gente precisa da inovação numa trajetória da transição energética para entregar soluções para problemas concretos”, disse Heloísa Borges Esteves.
Segundo ela, quando pensamos em cenários em descarbonização para o combate das mudanças climáticas é necessário considerar a potencialidade de cada região. “O desafio é fazer uma transição energética com segurança, sustentabilidade e acessibilidade.”
Durante o painel “The Future of Electric Grid”, os palestrantes discutiram as inovações tecnológicas que estão sendo implementadas para modernizar e tornar a rede elétrica mais eficiente e resiliente.
Com a crescente demanda por fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, a integração dessas fontes na rede elétrica é crucial para garantir um fornecimento estável e sustentável de energia. Os especialistas destacaram a importância de investimentos em tecnologias de armazenamento de energia e na digitalização da rede elétrica.
Outro tema de destaque foi o painel “Sustainable Aviation Fuel Perspectives”, que abordou as oportunidades e desafios para a adoção de combustíveis sustentáveis na aviação. Com o setor de aviação sendo um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, a transição para combustíveis mais limpos é vital para reduzir as emissões e alcançar as metas climáticas globais.
Participaram da palestra, Guilherme Lima, Amoveri Group; Gilberto Peralta, presidente da Airbus Brazil; Fabio Campos; VP Azul Linhas Aéreas.
Camila destacou que o setor de aviação também pode investir em soluções de descarbonização. “Azul é a mais avançada em frotas de nova geração e investe R$6 bilhões por ano nessa parte ambiental e social.”
Já Peralta destacou que “estamos em frente a uma grande oportunidade, mas uma regulação técnica é muito importante”.
O painel “Ecosystem Building on Energy and Sustainability” explorou a importância de criar um ecossistema colaborativo que envolva governos, empresas, universidades e startups para promover a inovação em energia e sustentabilidade.
A construção de um ecossistema robusto é essencial para acelerar o desenvolvimento e a implementação de tecnologias limpas e para fomentar a troca de conhecimento e recursos entre os diferentes atores do setor.
Desenvolvimento de projetos no setor de energia
Já no Edison Stage, o dia foi marcado por discussões sobre diferentes vertentes do setor de energia. Começando pelo painel sobre investimento e capital de risco em cleantechs, que contou com Livia Brandão, diretora de Capital de Risco na Vox, Livia Fria, gerente de carteira de fundos de capital semente e de risco da BNDESPAR, e foi comandado por Richard Zeiger, sócio da MSW Capital.
Na conversa, Livia Faria destacou o novo projeto da BNDESPAR com a Petrobras, para montar um fundo corporativo para acelerar a transição energética. A iniciativa é o início de uma parceria fundamental para ampliar a discussão sobre cleantech. “Quando a gente une forças entre bancos e grandes corporações, criamos uma onda de mais investidores olhando para esta classe de ativos”, concluiu Livia.
A manhã seguiu com a discussão sobre como estruturar projetos complexos no setor de energia, superando desafios e estratégias inovadoras. “Quem trabalha com projeto precisa ter resiliência para acreditar que está implementando a mudança, mudando o status quo e gerando resultados”, afirmou Raphael Albergarias, presidente da IPMA Brasil, que comandou a conversa acompanhado de Eduardo Raffainni, sócio-líder da área de infraestrutura e projetos de capital da América Latina da Deloitte, e Eonio Rocha, Vice-presidente Sênior Corporativo da MODEC Brasil.
A tarde seguiu com uma conversa sobre a importância do ESG na transição energética, recebendo no palco André Wongtschowski, diretor Executivo do Instituto Belterra, e Alice Cunha, board member da IYNC. Os dois compartilharam suas visões sobre como, em um cenário em que o consumo energético só tende a aumentar, é importante que as organizações voltem sua atenção para a redução do impacto de seus negócios.
Fechando o evento, Valdemar de Oliveira Neto, Diretor de Impacto Global da Pera Complexity BV, Daniel Pimentel, CEO da Emerge, e Jose Adolfo Oliveira, CEO da CarbonAir Energy, discutiram os desafios da jornada de empreendedorismo na ciência. Entre eles, Valdemar destacou como é importante que estes profissionais cientistas aprendam a gerenciar uma matriz complexa de riscos, enquanto constroem uma narrativa que aproxime os investidores dessas soluções.
Energy Summit Legacy
O encerramento do Energy Summit 2024 foi destacado pela cerimônia de premiação do Energy Awards. As categorias concorrentes incluíram projetos e pesquisas, com o vencedor sendo o projeto Libra 4.0 (Projeto 23472-4); corporações, com a vitória da Petrobras; fundos de investimentos, com a Copel sendo premiada; e startups, com a PIX Force levando o prêmio.
Após a entrega dos prêmios por patrocinadores de cada categoria, a cerimônia contou com a presença de figuras ilustres como Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit; André Miceli, CEO e Editor-Chefe da MIT Technology Review Brasil; Lars Frølund, Senior Lecturer do MIT; e Travis Hunter, Diretor do MIT Regional Entrepreneurship Acceleration Program.
André Miceli, CEO e Editor-Chefe da MIT Technology Review Brasil, anunciou o Energy Club, uma iniciativa que expande o Energy Summit ao longo do ano, voltada para líderes do segmento de energia e empresas que desejam se conectar com esse setor. Serão realizados encontros exclusivos com a participação de professores do MIT e grandes especialistas do mercado. Além disso, o Energy Club será um ponto de encontro das cinco pontas do Energy Summit.
“Nestes três dias, discutimos literalmente o futuro da transição energética. Conseguimos conectar as cinco pontas também falamos dos 4Ds da transição energética e ainda aprendemos mais um D, a diversificação. Fomos além do setor de energia, discutimos os setores financeiro, químico e de transporte, que serão afetados pelas decisões da transição energética. Colocamos de fato o Brasil e o Rio de Janeiro no radar e no centro do mundo.” encerrou Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit.